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Eleições 2012

Russomanno fez propostas controversas no Congresso

Ex-deputado defendeu porte de arma para congressistas e castração química

Candidato sugeriu ainda aumento de pena para quem caluniar políticos; projetos não foram aprovados

ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Na dianteira da disputa pela Prefeitura de São Paulo, o ex-deputado Celso Russomanno (PRB) apresentou ao Congresso projetos controversos e que aumentam os privilégios de políticos.

Russomanno foi quatro vezes deputado federal, com mandatos de 1995 a 2007, quando deixou a Câmara para disputar o governo de SP.

Desde que entrou para a política, mudou três vezes de partido, passando por PFL, PSDB e PP. Hoje, está no PRB.

Uma de suas propostas garantiria a todos os congressistas portar arma para autoproteção quando estivessem sozinhos e "desprotegidos".

A justificativa é que, em algumas situações, como em CPIs, alguns parlamentares se colocam em confronto "com bandidos da mais alta periculosidade".

Em 2010, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições doou R$ 100 mil a sua campanha ao governo paulista, de R$ 1,7 milhão arrecadado. Ele negou lobby em favor do setor e disse achar que a doação se deve ao fato de ser um "especialista em segurança".

No endereço da associação em Brasília, funciona uma representante da Taurus, maior fabricante de armas leves do país. Segundo a empresa, a doação foi feita pois Russomanno pertencia à Frente Parlamentar de Defesa.

Questionado pela Folha se tem armas, Russomanno se negou a responder, mas disse que sabe atirar.

O candidato também apresentou projeto que aumenta em um terço a pena de quem caluniar, injuriar ou difamar congressistas, vice-presidente e ministros do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o ex-deputado, o aumento da pena fará com que "as pessoas pensem duas vezes antes de praticar inverdades a respeito" de quem exerce cargo público.

Russomanno também tentou alterar a legislação para garantir a distribuição de hormônios a presos por crimes sexuais, condenados ou não, que inibam o desejo sexual.

O ex-deputado sugeriu ainda a troca da denominação estupro para "assalto sexual", o que constrangeria menos a vítima no momento de relatar o crime à polícia.

Nenhum desses projetos foi aprovado.

Colaborou RODRIGO VIZEU, de São Paulo

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