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Eleições 2012

Dilma age para barrar acordo Serra-Russomanno, diz aliado

Segundo dirigente do PRB, presidente orientou veto a aliança com tucanos em SP

Os dois candidatos lideram as pesquisas e teriam firmado pacto de convivência na eleição, o que preocupa o PT

Mauricio Storelli/Record Divulgação
Foto da Record mostra Dilma à esq. do bispo Edir Macedo, dono da emissora, em Londres
Foto da Record mostra Dilma à esq. do bispo Edir Macedo, dono da emissora, em Londres

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
LEANDRO COLON
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

A presidente Dilma Rousseff fez ontem uma recomendação ao presidente do PRB, bispo Marcos Pereira: "Por favor, não me faça aliança com partidos que não são da base do governo".

O recado, relatado pelo próprio Pereira, ocorre seis dias após um jantar entre ele e o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra.

Coordenador da campanha de Celso Russomanno (PRB), empatado tecnicamente em primeiro lugar com o tucano, Pereira se reuniu com Serra para selar um pacto de convivência durante as eleições.

Pereira diz ter entendido a mensagem. "Ela fazia alusão ao encontro com Serra. Para bom entendedor, uma palavra basta."

Foi Pereira quem abordou o tema durante visita da presidente aos estúdios da TV Record, em Londres, por conta da Olimpíada. Numa reunião reservada de Dilma com o dono da emissora, bispo Edir Macedo, e integrantes da cúpula da Record, Pereira perguntou a Dilma se ela participaria da campanha.

A presidente, segundo ele, afirmou que pedirá votos onde já há polarização oposição versus governo, mas que vai esperar o cenário se desenhar nas cidades onde a base tem mais de um candidato.

Isso ajudaria Russomanno e Gabriel Chalita (PMDB) em São Paulo, mantendo o ex-presidente Lula como o único cabo eleitoral de Fernando Haddad (PT).

"Ela disse que tem três candidatos da base no primeiro turno e que vai aguardar. Isso é bom para nós porque ela está com a popularidade alta e muita gente votaria em seu candidato", disse Pereira.

Na avaliação do PRB, uma possível neutralidade de Dilma tornará mais difícil a Haddad crescer em setores médios e conservadores que têm resistência a Lula.

A presidente já tem se mantido afastada da campanha petista. No início de junho, rejeitou pedido para gravar um vídeo de apoio a Haddad para evento que o lançou candidato. A festa foi usada para gravar as primeiras cenas de seu programa eleitoral.

Recentemente, Russomanno tem feito acenos em direção à Serra, mas trocado farpas com Haddad.

A reunião em Londres é mais um indicativo de que a presidente tem deixado de lado seu perfil de atuação política discreta.

Diante do esfacelamento da aliança com o PSB de Márcio Lacerda em Belo Horizonte, por exemplo, ela interveio pessoalmente para lançar Patrus Ananias (PT).

Na conversa em Londres, Dilma também falou sobre crise na Europa e afirmou que lançará um novo pacote anticrise dentro de três meses, diz o presidente do PRB, que é bispo da Universal e ex-executivo da Record.

Dilma chegou aos estúdios da emissora acompanhada do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e da secretária de Comunicação, Helena Chagas.

Recebida por Edir Macedo, visitou as instalações, deu entrevista e teve encontro reservado com a cúpula da TV.

Colaborou BERNARDO MELLO FRANCO, de São Paulo

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