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Eleições 2012

Secretário de Alckmin pede a funcionários apoio a Russomanno

Número dois da pasta de Justiça participou de encontro em que servidores deveriam ir sem utilizar os crachás

Segundo relatos, ele disse apoiar o candidato do PRB para prefeito; secretaria afirma que encontro foi privado

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O secretário-adjunto de Justiça do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Fabiano Marques de Paula, arregimentou ex-subordinados e capitaneou uma reunião para divulgar a candidatura de Celso Russomanno (PRB) entre servidores do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas), órgão estatal de São Paulo.

Russomanno apareceu em empate técnico com o candidato do partido do governador, José Serra (PSDB), na última pesquisa Datafolha. O candidato do PRB tem 26% das intenções de voto e o tucano, 30%. A margem de erro é de três pontos.

Durante três anos Fabiano Marques chefiou o instituto. Ele deixou o posto em 2011 para assumir o segundo cargo mais alto na hierarquia da Secretaria de Justiça.

Segundo servidores, no último dia 13, ele esteve no órgão durante o expediente para convidá-los a participar de uma reunião às 19h e os orientou a ir ao local, um buffet próximo ao instituto, sem usar o crachá.

O encontro foi registrado pelos participantes na internet. Nas imagens, de frente para um auditório improvisado, aparecem Fabiano Marques, Russomanno, o vice dele, Luiz Flávio D'Urso (PTB), e o presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, que comanda o conselho político da campanha.

Segundo pessoas ouvidas pela Folha, no discurso, Fabiano teria dito apoiar Russomanno, que também falou aos servidores.

Procurado pela reportagem, o Ipem confirma a reunião, mas diz que ela foi organizada pelo sindicato da categoria em "agradecimento ao deputado Campos Machado por seu empenho na aprovação do plano de carreira".

A mesma versão é endossada por Campos Machado. Ele saiu em defesa de Fabiano Marques. "Eu o convidei. Qualquer punição que se dê a ele será a mim. Foi uma reunião privada, que aconteceu fora do horário dele de trabalho na secretaria."

O deputado ressaltou ter comunicado o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, sobre a ida de Fabiano Marques ao ato.

"Esta eleição é municipal. Eles [o governo] precisam decidir se devo ser tratado como adversário ou como aliado incondicional, dirigente do partido que vai estar com o Alckmin em 2014. O único, ou talvez só com o DEM", afirmou, em tom de aviso.

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