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Ex-deputado mantém vida política agitada, mas evita foto com aliados

DO ENVIADO AO RIO

Sete anos depois de denunciar o mensalão e ter o mandato cassado, Roberto Jefferson, 58, mantém vida política agitada. Recém-reeleito para presidir o PTB, ele articulou coligações para a disputa das prefeituras das principais capitais em outubro.

No entanto, diz evitar fotos com aliados para não associá-los ao processo do mensalão, que será julgado a partir da próxima quinta-feira.

"Você pode contaminar alguém com o seu problema. Eu evito fotografia e abraço em público, porque sempre há uma exploração perversa", justifica o ex-deputado.

"Fico de fora porque sei que vai pesar para o cara. Réu do mensalão abraça o candidato com o rosto coladinho e tudo...", ironiza, empostando a voz. "Isso é uma coisa que você não deve fazer."

Ele critica o ex-ministro José Dirceu, também réu do mensalão, por ter se deixado fotografar em junho entre o ex-presidente Lula e o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

"Ele copiou o Maluf! Deu um abraço malufado no Haddad!", debocha Jefferson, antes de soltar uma gargalhada.

Até descobrir o tumor no pâncreas, na semana passada, o petebista manteve a rotina de passar ao menos dois dias da semana em Brasília.

Às quintas, costuma embarcar para reuniões em outros Estados. "Virei um peregrino", afirma. "Hoje posso dizer que prefiro ser presidente de partido a ser deputado."

Sua influência voltará a ser sentida nas eleições municipais. Em São Paulo, vetou uma aliança com José Serra (PSDB), seu desafeto desde 2010, e deu aval à união com Celso Russomanno (PRB).

No Rio, indicou a filha Cristiane Brasil, vereadora, para uma secretaria do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Isso selou o apoio do PTB à sua campanha de reeleição.

Jefferson diz manter uma vida de "classe média-alta" com economias e um salário mensal de R$ 15 mil do PTB.

Mora na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e tem escritório num edifício antigo no centro. Sua sala é entulhada de discos de música clássica, fotos de família e caixinhas de suco de uva.

Passa os fins de semana em sua casa em Comendador Levy Gasparian, no interior fluminense, onde mantém duas motos Harley Davidson compradas depois do escândalo de 2005. Já viajou duas vezes sobre duas rodas do Rio a Buenos Aires, com amigo. Diz não ultrapassar os 120 km/h.

O ex-deputado ainda continua nas aulas de canto que fizeram fama na época das CPIs. Em seu blog, apresenta-se como "advogado, cantor amador e motociclista".

(BERNARDO MELLO FRANCO)

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