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Eleições 2012

Depoentes reforçam suspeita em processo contra Russomanno

Candidato do PRB, que é ex-deputado, é acusado de desviar verba da Câmara para pagar funcionária de sua empresa

Quatro ex-empregados confirmaram em juízo que assessora atuava na produtora particular do então deputado federal

Danilo Verpa/Folhapress
O candidato do PRB em São Paulo, Celso Russomanno, durante debate sobre educação
O candidato do PRB em São Paulo, Celso Russomanno, durante debate sobre educação

RUBENS VALENTE
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

Testemunhas ouvidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) afirmaram que uma funcionária do gabinete do então deputado federal Celso Russomanno (PRB), paga pela Câmara dos Deputados, trabalhava em São Paulo como gerente de uma produtora de TV do político.

Os depoimentos foram dados em 2010 a juízes do Pará e de São Paulo, por ordem do STF, no decorrer de uma ação penal aberta pela Procuradoria-Geral da República.

Russomanno é acusado de peculato, que é a apropriação ou desvio de recursos públicos em proveito próprio.

Por maioria, os ministros do STF acolheram em 2008 a denúncia e abriram a ação. Como Russomanno deixou o cargo de deputado em 2010, o processo hoje tramita na Justiça do Distrito Federal.

Os depoimentos, aos quais a Folha teve acesso, foram dados por ex-funcionários da empresa de Russomanno, a ND (Night and Day) Promoções, que produzia os programas de TV do político.

As testemunhas dizem que Sandra Jesus Nogueira, então lotada no gabinete de Russomanno na Câmara, assinou documentos e respondeu pela administração da produtora entre 1997 e 2001.

"A empresa ND funcionava em torno dela, Sandra", afirmou em juízo o programador Abraão Castro da Silva, 37. Localizado ontem pela Folha, Silva confirmou: "Ao que eu saiba, ela [Sandra] era a gerente financeira da ND".

Outra testemunha, a radialista Silmara Roberta Brioetti, 37, que trabalhava na produção das reportagens de Russomanno, afirmou em juízo: "Até onde é do meu conhecimento, Sandra cuidava dos assuntos ligados à empresa 'Night and Day'".

Também localizada pela reportagem, a testemunha Virgínia Pires confirmou o depoimento à PF, no qual afirmou que Sandra "sempre exerceu as funções de gerente administrativa".

O mesmo afirmou à Folha outra testemunha, Geruza Severina da Silva.

A investigação começou em 2003, com uma ação trabalhista movida por Samuel Pereira Sousa, iluminador da produtora, que pleiteava indenização de R$ 91 mil.

Sousa apresentou a carteira de trabalho assinada por Sandra. Ouvida, ela confirmou que trabalhava na produtora e que a partir de 1997 os seus "salários passaram a ser pagos pela Câmara".

A juíza Rosana de Almeida Buono Russo, da 41ª Vara do Trabalho de São Paulo, pediu abertura de inquérito na Polícia Federal.

"A segunda situação revelada pela testemunha é que a empresa se vale de recursos públicos para gerir suas próprias atividades, inclusive quanto à remuneração dos empregados", escreveu ela.

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