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Mensalão - o julgamento

Procurador desiste de questionar ministro

Para Roberto Gurgel, questão sobre Toffoli pode atrasar mais o julgamento

O ministro, que já advogou para o PT e também assessorou José Dirceu, decidiu que irá participar

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Ex-advogado do PT, ex-assessor de um dos réus do mensalão e namorado de uma advogada que atuou no processo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli decidiu participar do julgamento.

Na sessão de ontem, o ministro votou contra o pedido para enviar parte da ação penal para tribunais inferiores.

Após afirmar que não descartava questionar a participação de Dias Toffoli no julgamento, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, desistiu do pedido.

O procurador cogitou pedir a declaração do "impedimento" ou "suspeição" do integrante do Supremo.

Mas disse ontem que isso poderia atrasar ainda mais o julgamento.

Nos bastidores, ministros dizem ter o entendimento de que Toffoli, que foi advogado-geral da União na gestão Lula, deve votar a favor de alguns dos réus por seus laços com o PT.

Ele também foi assessor do ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal como o "chefe da quadrilha".

Em 2007, sua namorada, a advogada Roberta Rangel, já defendeu um dos réus do processo, o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP).

A Folha mostrou ontem que Dias Toffoli escreveu em um documento à Justiça Eleitoral que o esquema do mensalão "jamais" foi comprovado. À época, ele advogava na campanha pela reeleição do então presidente Lula.

Ontem petistas defenderam a participação do ministro: "Isso é uma falsa polêmica. Qual é o motivo para ele sair? O Ayres Britto também foi filiado ao PT e candidato pelo PT. Depois que o ministro toma posse, ele julga pelos autos", afirmou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP).

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou não ver razão para que algum dos ministros se declare impedido.

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