Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Lula pode fazer campanha, diz seu médico

DE SÃO PAULO

Nove meses depois de ter sido diagnosticado com um câncer na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi liberado ontem por sua equipe médica "para fazer o que quiser". "Ele pode subir em um palanque e ficar falando por 24 horas", afirmou o cardiologista Roberto Kalil Filho, que coordena a equipe.

O ex-presidente passou por uma bateria de exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com os médicos, todos os exames foram considerados "normais", e não há vestígios do tumor.

Entre outubro e fevereiro, Lula enfrentou sessões de quimioterapia e radioterapia. Em março, chegou a comparar o tratamento recebido a uma "bomba de Hiroshima".

Mas os resultados dos exames de ontem marcam, segundo Kalil, a volta do ex-presidente "a uma vida normal".

O petista, no entanto, continuará a ser acompanhado por médicos e deve fazer novos exames no final do ano.

Ele está com a voz mais rouca que o habitual e tem, em razão do tratamento, um inchaço na região do pescoço, que deve demorar até três meses para desaparecer.

Depois dos exames, Lula se reuniu com a presidente Dilma Rousseff por cerca de três horas e meia no escritório da Presidência, em São Paulo.

A expectativa de petistas é que, com a liberação médica, o ex-presidente embarque na campanha do candidato do partido a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Ele deve gravar as primeiras cenas para o horário eleitoral ao lado de seu ex-ministro da Educação amanhã.

Com somente 7% das intenções de voto segundo o Datafolha, Haddad conta com a presença de Lula em sua campanha e com o início da propaganda na TV, em 21 de agosto, para crescer.

Ontem, o petista comemorou o resultado dos exames. "Aguardávamos ansiosamente essa notícia. Estávamos todos rezando para que esse dia chegasse logo", afirmou ele, em caminhada na zona leste.

Com Lula liberado pelos médicos até para viagens, sua presença deve ser disputada por outros candidatos.

Principal adversário do petista em São Paulo, José Serra (PSDB) minimizou a influência de Lula. "Só espero que ele possa se recuperar fisicamente."

(PAULO GAMA, BERNARDO MELLO FRANCO E DANIEL RONCAGLIA)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.