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Cachoeiragate

Cachoeira tinha firmas de fachada nos EUA

Comprovante de depósito anexado a um e-mail mostra remessas de US$ 400 mil para as contas dessas empresas

PF diz que operação conseguiu indícios de que o empresário movimenta recursos no exterior desde 1997

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

A Polícia Federal descobriu que o empresário Carlinhos Cachoeira mantinha, até ser preso, ao menos cinco empresas de fachada no exterior.

A PF sugere o aprofundamento das investigações sobre elas, sediadas na Flórida, nos Estados Unidos.

A revelação pode levar à abertura de nova linha de investigação na CPI que apura o esquema do empresário.

As informações sobre as empresas são de um relatório produzido pela PF no fim de março a partir da análise de mensagens encontradas no e-mail de Gleyb Ferreira da Cruz, auxiliar de Cachoeira.

O documento só chegou à CPI no mês passado. A polícia suspeita que essas empresas serviam como peças de um esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Não se sabe ainda o volume exato de dinheiro movimentado por essas empresas nem os beneficiários finais dos recursos enviados para essas contas abertas em dois bancos norte-americanos.

A CPI tem poderes para determinar uma investigação mais aprofundada em relação a essas empresas. Mas, para isso, dependeria da colaboração de órgãos de investigação norte-americanos.

Há precedentes: as CPIs dos Correios, que investigou o mensalão, e a do Banestado tiveram a cooperação de autoridades dos EUA.

No relatório pericial, a Polícia Federal limitou-se a analisar o conteúdo das mensagens trocadas entre Gleyb e pessoas que, segundo a PF, eram prepostos do esquema em solo americano.

Somente nesta breve análise, fundamentada em comprovantes de depósito anexados aos e-mails de Gleyb, a PF identificou remessas de cerca de US$ 400 mil para contas dessas empresas.

E essa movimentação abrange, de acordo com os peritos, apenas alguns meses entre 2011 e 2012.

"Deve ser observado que o presente relatório possui em seu conteúdo uma ínfima mostra de como a organização criminosa de Carlos Cachoeira tem movimentado capitais em âmbito internacional", escreveram os peritos.

As firmas identificadas pela PF são a Keypointgroup, BRZ Organics, Expoflex Corporation, CR International Trade and Services e a Cinema Equipment & Supplies.

De acordo com a PF, as investigações descobriram indícios de que o empresário movimenta recursos no exterior pelo menos desde 1997.

A Folha não conseguiu localizar ontem os advogados de Gleyb Cruz e de Carlos Cachoeira. Eles não têm comentado as acusações.

Colaborou ANDREZA MATAIS, de Brasília

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