Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mensalão - o julgamento

Defesa de réus nega compra de votos no Congresso

Advogados de ex-deputados afirmam que dinheiro saldou dívidas eleitorais

Fase de sustentações orais entra na reta final depois de os ministros do Supremo ouvirem 30 das 38 defesas

DE BRASÍLIA

Advogados de ex-deputados réus do mensalão negaram ontem, em defesa no STF (Supremo Tribunal Federal), que os valores que receberam do valerioduto tenham sido pagamentos pela venda de apoio político no Congresso.

O defensor do réu Carlos Rodrigues disse que os R$ 150 mil que o ex-deputado recebeu foram usados para pagar dívidas de campanha das eleições de 2002.

Bruno de Mascarenhas Braga sustentou que os recursos foram usados para, entre outras despesas de campanha, contratar cabos eleitorais de comunidades de baixa renda que não possuíam contas bancárias.

Por isso, diz o advogado, eles foram pagos em espécie.

Já Itapuã Prestes de Messias, defensor do ex-secretário do PTB Emerson Palmieri, alegou que o réu não teve conhecimento dos repasses endereçados ao partido.

Segundo ele, a responsabilidade pelos valores era do então presidente da sigla José Carlos Martinez, já morto.

A defesa de Romeu Queiroz, que era deputado do PTB à época do mensalão, admitiu que ele recebeu valores da Usiminas por meio de Marcos Valério. Segundo Ronaldo Garcia Dias, tais recursos tinham aparência lícita e foram repassados para seu partido.

O advogado do ex-deputado do PMDB José Borba, Inocêncio Martires Coelho, negou que o deputado tenha recebido recursos.

Em entrevista, Coelho pôs em dúvida os depoimentos de outros acusados sobre os contatos com Borba.

Como os cinco advogados que falaram ontem não usaram todo o tempo que dispunham, o presidente da corte, Carlos Ayres Britto, colocou em discussão a possibilidade de ouvir um sexto -30 advogados já falaram, restando apenas oito.

Após colegas discordarem, como Marco Aurélio Mello, acabou prevalecendo o cronograma já previsto de só cinco sustentações orais por dia.

O debate revelou divergências entre os ministros sobre o ritmo do julgamento, que não tem data para acabar.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.