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Gurgel classifica defesas como 'ladainha'

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Depois de ouvir 35 dos 38 advogados dos réus do processo do mensalão e ser alvo de ataques pessoais, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, classificou ontem as defesas como "ladainhas" e disse que não foi apresentado fato novo que desmontasse a denúncia.

Segundo ele, já era esperado que os defensores sustentassem a tese de caixa dois para pagar dívidas de campanha e que apostassem na ideia de que a compra de voto não passou de um delírio do Ministério Público.

"Isso é tradicional. [...] Isso faz parte da técnica da defesa. É a ladainha da defesa."

Essa foi a primeira fala pública de Gurgel após defender no STF a condenação e a prisão de 36 réus.

Chamado de mesquinho e omisso pelos advogados, o procurador-geral diz que alfinetadas fazem parte da técnica de defesa, mas que não admite falas mais agressivas.

"Grosserias são sempre inaceitáveis", diz. Ele afirma, porém, que não pretende rebater as declarações.

Gurgel disse ter ficado mais impressionado com as declarações na sessão de anteontem do julgamento, quando a defesa do delator do esquema e presidente do PTB, Roberto Jefferson, acusou o ex-presidente Lula de ser o mandante do mensalão.

Segundo Gurgel, o advogado Luiz Barbosa quis "jogar para a galera" pois não há chance de "incluir ninguém no processo".

O procurador-geral disse que a participação de Lula foi analisada por seu antecessor na chefia da Procuradoria, Antonio Fernando de Souza, mas que o próprio Supremo já rejeitou a inclusão do petista duas vezes. "Isso está superado, é um assunto morto."

Roberto Gurgel disse também não ver problema caso o ministro Cezar Peluso, que se aposenta compulsoriamente no início de setembro, antecipe seu voto.

"Será um desperdício o ministro Peluso não poder votar, porque ele conhece bem o processo, como os demais ministros", afirmou.

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