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Mensalão - o julgamento

Defesa admite caixa 2, mas nega lavagem

Defensores de Paulo Rocha e Anita Leocádia afirmam que eles não tinham como saber se a origem do dinheiro era ilícita

Representante do réu Professor Luizinho diz que ele não orientou saque de R$ 20 mil nem teve acesso ao dinheiro

DE BRASÍLIA

Advogados de réus do mensalão se concentraram em dizer ontem que seus clientes usaram recursos para pagar dívidas de campanha e tinham papel irrelevante na estrutura apontada na acusação da Procuradoria-Geral da República.

O defensor do ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA) assumiu no STF que ele recebeu R$ 620 mil do esquema para pagar dívidas de caixa dois eleitoral, mas Rocha não sabia se a origem do dinheiro era ilícita. O objetivo do advogado dele, João dos Santos Gomes Filho, foi tentar descaracterizar a acusação de lavagem de dinheiro.

Segundo o defensor, Rocha era cobrado por dívidas de campanha e procurou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que prometeu resolver. Ele orientou então a assessora Anita Leocádia a fazer saques no Banco Rural, em contas de empresas do publicitário Marcos Valério de Souza.

Para o advogado, os pagamentos de fornecedores foram ato de "justiça social".

O advogado de Leocádia, Luiz Telesca, afirmou que ela agiu a mando de Rocha.

Telesca citou entrevista concedida pelo delegado da PF que investigou o mensalão, Luís Flávio Zampronha, publicada anteontem pela Folha, na qual o delegado diz que Leocádia não deveria ter sido denunciada e que ela não sabia a origem dos recursos. Telesca quer que a reportagem faça parte dos autos.

ZÉ LINGUIÇA

Já o advogado Pierpaolo Bottini, que defende o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), disse que o ex-congressista não foi beneficiário de R$ 20 mil do esquema.

O dinheiro foi sacado pelo então assessor do deputado, José Nilson dos Santos, apelidado de "Zé Linguiça", que teria despesas de campanha.

À polícia, Santos disse, em 2005, que "Luizinho ficou de providenciar estas verbas junto ao PT, tendo conhecimento que o mesmo conseguiu dinheiro com Delúbio".

Bottini, que citou Santos pelo apelido, disse que, no processo, o ex-assessor isentou Luizinho de responsabilidade pelos repasses.

Os advogados do ex-deputado João Magno (PT-MG) afirmaram que ele recebeu recursos em "caixa dois" porque o partido não teria fornecido documentos para regularizar os repasses.

A defesa do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto disse que os valores transferidos a ele foram usados para pagar despesas como a contratação de um trio elétrico e de gráficas.

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