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Eleições 2012

sabatina folha/uol gabriel chalita

Há máfias na prefeitura, e temos que peitá-las no início da gestão

CANDIDATO DO PMDB CITA COMO EXEMPLO DE IRREGULARIDADES O PROCESSO DE APROVAÇÃO DE GRANDES OBRAS E DIZ QUE SUA OPINIÃO SOBRE ABORTO É 'JURÍDICA'

Danilo Verpa/Folhapress
O candidato à Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita (PMDB) em sabatina da Folha e do UOL
O candidato à Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita (PMDB) em sabatina da Folha e do UOL

DE SÃO PAULO

O candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, afirmou ontem, durante a Sabatina Folha/UOL, que existem máfias atuando na administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e citou como exemplo o processo de aprovação de grandes obras.

"O Aprov é um desses exemplos, a gente viu o que significa a aprovação de uma planta em São Paulo", disse.

Ele abriu o ciclo de entrevistas com candidatos à prefeitura. O evento reuniu uma plateia de cerca de 150 pessoas, no Teatro Cultura Artística Itaim.

Por uma hora e meia, o candidato respondeu a perguntas dos jornalistas Denise Chiarato, editora de "Cotidiano", Mario Cesar Carvalho, repórter especial, Barbara Gancia, colunista do jornal, e Maurício Stycer, repórter especial do UOL.

A seguir, os principais trechos da sabatina, na qual falou sobre aborto e criticou o adversário José Serra, do PSDB, seu antigo partido.

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Máfias

"O Aprov é um desses exemplos, a gente viu o que significa a aprovação de uma planta em São Paulo. São máfias mesmo que estão aí, a imprensa mostra isso o tempo todo, poderia mostrar mais."

A Folha revelou em maio que o ex-diretor do Aprov (departamento de aprovação de grandes obras da prefeitura) Hussain Aref Saab adquiriu 106 imóveis em sua gestão. Ele é investigado por enriquecimento ilícito.

"Tem que começar peitando as máfias, senão não peita mais. O caminho mais eficiente para isso é tecnologia. Quando você sistematiza a administração da prefeitura na internet, não é que você acaba com a corrupção, mas diminui muito."

Consultada sobre as declarações de Chalita, a prefeitura afirmou que "as investigações sobre irregularidades no Aprov foram iniciadas por determinação do prefeito Gilberto Kassab, a partir de denúncias anônimas e antes da divulgação do tema pela imprensa". Declarou também que "a atual gestão é a que mais investiu no desenvolvimento e implantação de ferramentas de transparência".

Mudanças de partido

"Tenho 23 anos de vida pública, fiquei 20 anos num partido [o PSDB]. Aí eu saí por causa do Serra. Fui para o PSB [em 2009]. Não dei certo no PSB porque eles começaram a se aproximar do Kassab, que é ligado ao Serra. Fui para o PMDB. Fiz igual à Marina [Silva], que é uma mulher séria. Ela estava no PT, ficou anos, foi para o PV com o mesmo sonho com que fui para o PSB. Não mudei meus ideais."

Relação com Alckmin

"O [governador Geraldo] Alckmin é muito correto. Não é dissimulado, nunca o vi com duas caras, fazendo um discurso de um lado e outro de outro. Ele vai apoiar o Serra mesmo. O Alckmin não vai fazer com Serra o que Serra fez com ele [em 2008]. Serra apoiou o Kassab, inviabilizou a candidatura do Alckmin naquele momento e deve ter feito muito mais." [Em 2008, o PSDB lançou Alckmin candidato a prefeito à revelia de Serra, então governador]

Sexualidade

A colunista da Folha Barbara Gancia quis saber se é válido o eleitor questionar a sexualidade do candidato. "Não tem nada a ver com a política isso", disse Chalita. A colunista voltou ao assunto: "O eleitor tem o direito de saber. O senhor se sente confortável com o eleitor paulistano querendo saber como o senhor é sexualmente, sendo que se declara católico?"

Chalita disse que "o eleitor está muito mais maduro".

Após questionar se ele estava fugindo da pergunta, Barbara perguntou se um jovem que sofresse bullying por ser homossexual não teria uma empatia maior com um candidato que passou a mesma coisa e "saísse do armário". "Se tiver um candidato homossexual que queira dizer [que é gay], acho importante", disse Chalita.

Aborto

"Minha opinião sobre aborto é uma questão jurídica. O polo nuclear da Constituição é o direito à vida. Nem coloco a questão religiosa. Houve uma decisão do Supremo [Tribunal Federal] não considerando vida os casos de anencefalia. Por isso acharam uma justificativa diferente daquela apregoada no texto constitucional."

Católico, Chalita foi apresentado como "candidato a favor da vida" em uma missa um dia após o STF liberar o aborto de anencéfalos.

Subprefeituras

Uma das perguntas da plateia foi enviada por Guilherme Amorim, presidente do comitê financeiro da campanha de Chalita, sobre a gestão das subprefeituras.

"Subprefeitura é fundamental. É quem vai resolver o problema cotidiano do cidadão. Houve equívoco na gestão Serra, quando ele trouxe companheiros dele do interior, ex-prefeitos que não tinham a menor vinculação com a região."

Woody Allen em SP

"A gente vai fazer o polo de cinema da cidade. Eu vi o Eduardo Paes dizendo que vai tentar que Woody Allen não faça o próximo filme em Buenos Aires, mas no Rio. Espero que ele demore para tomar a decisão, porque quero que ele faça em São Paulo."

Questionado se daria recursos para o cineasta filmar São Paulo, como fez, por exemplo, a cidade de Roma, respondeu: "Seria um dinheiro bem gasto, porque iria incentivar o cinema nacional".

NA INTERNET
Veja a íntegra da sabatina em
folha.com/no1136996

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