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Firmas de fachada não são foco da CPI, diz relator

DE BRASÍLIA

O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse ontem que estão fora do foco da comissão supostas empresas de fachada sediadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, e que receberam ao menos R$ 220 milhões da empreiteira Delta.

Ontem, a Folha mostrou que requerimentos que pediam a quebra de sigilo bancário dessas empresas deixaram de ser incluídos na pauta da CPI pelo relator.

"Nós temos um foco de investigação. Nosso foco de investigação são as empresas que serviram à organização do Cachoeira", disse, ao ser questionado sobre o motivo de os requerimentos não terem sido incluídos na pauta.

Essas empresas extrapolam o esquema Cachoeira, no qual as empresas fantasmas são baseadas em Goiás e no Distrito Federal. A divulgação de sua movimentação bancária poderia expor as conexões políticas da Delta -da qual Cachoeira era sócio oculto, segundo a Polícia Federal.

"A CPI vai até certa altura. A altura que a CPI não for nós temos condição de pegar todo o material que nós temos aqui e encaminhar, sem nenhum prejuízo", disse Cunha, indicando que a comissão pode deixar a iniciativa de apuração para a Polícia Federal e para o Ministério Público.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que presidiu interinamente a comissão ontem, afirmou que as investigações sobre essas empresas podem ser iniciadas futuramente.

"Nossa linha de investigação justifica os procedimentos que estão sendo adotados", disse aos parlamentares que criticaram a não votação dos requerimentos.

Em depoimento ontem à CPI, a comerciante Roseli Pantoja, que aparece como sócia da empresa-fantasma Alberto e Pantoja Construções, recebedora de dinheiro do esquema Cachoeira, disse que seu nome foi usado.

Seu ex-marido Gilmar Carvalho, apontado por ela como o responsável por utilizar o nome dela, será chamado para depor.

Apontado como um dos braços políticos de Cachoeira junto ao governador Marconi Perillo (GO), o ex-presidente do Detran goiano Edivaldo Cardoso não respondeu às perguntas de parlamentares e foi dispensado. O mesmo ocorreu com Hillner Ananias, ex-assessor de Demóstenes Torres.

(BRENO COSTA)

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