Eleições 2012

Haddad ataca Kassab ao ser questionado sobre mensalão

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou ontem que há corrupção na gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que apoia seu adversário José Serra (PSDB).

Ele atacou a administração municipal ao ser questionado sobre o uso, na campanha do tucano, do julgamento de petistas no processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).

"Existe um debate sobre corrupção na cidade de São Paulo. Nós temos vários secretários municipais que estão respondendo a processos por improbidade", disse.

O secretário Januário Montone (Saúde) é réu sob acusação de fraudes em licitações da merenda escolar. Eduardo Jorge (Meio Ambiente) responder por irregularidades na inspeção veicular. Ambos negam participação.

Apesar de agora criticar integrantes da gestão do prefeito, Haddad participou de fracassada tentativa de aliança com Kassab no início do ano.

O petista disse ontem estar pronto para debater questões éticas, mas afirmou que este não deve ser o "único" assunto da corrida municipal.

HONRA

Serra fez menção velada ao mensalão anteontem. "Nenhum de nós tem que responder pela honra no STF. Ninguém", disse na ocasião, se referindo a petistas que são réus do processo.

Além de petistas, o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), que articulou o apoio de seu partido a Serra, também é réu no STF no caso do mensalão.

Ontem Serra disse que Valdemar "é integrante do partido, não é o partido".

Ele voltou a criticar o PT, dizendo que a legenda tem "um monte de gente envolvida" que não poderia nem disputar a eleição. "Nós não vamos introduzir o mensalão da campanha, nem tirar. É uma coisa da população, não é nossa", disse o tucano. Em evento antes, no fim da tarde, Serra afirmou esperar que o STF faça "justiça".

"O que eu quero é absolvição pra quem é inocente e punição pra quem é culpado."

O tucano prometeu ainda criar uma Secretaria de Licenciamentos, que concentraria toda a burocracia para liberação e alvarás de obras.

O discurso é uma vacina para o escândalo de corrupção que envolveu Hussain Aref Saab, ex-diretor da Aprov, órgão que emite essas permissões na prefeitura.