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Depoimentos incriminam Dirceu, diz procurador

Gurgel encaminha novo documento a ministros

FELIPE SELIGMAN
LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

Em novo documento enviado a todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma que os depoimentos colhidos no processo confirmam o envolvimento de José Dirceu no mensalão.

Gurgel enviou o memorial anteontem para rebater os principais levantados pela defesa dos réus no plenário.

Advogados de defesa ouvidos pela Folha reclamaram do memorial. Alegam que cabia a eles a última palavra antes do início da votação.

O advogado de Dirceu, José Luis Oliveira Lima, havia rebatido, também por meio de memorial, as acusações da Procuradoria. No documento, Lima apontou 49 "omissões", incluindo trechos de depoimentos de integrantes do governo Dilma.

Além de reafirmar o envolvimento de Dirceu, o procurador rebate a tese, também propalada em plenário, de que o dinheiro era para caixa dois de campanha.

A Folha teve acesso ao documento. Gurgel menciona um série de depoimentos em juízo que, segundo ele, "demonstra a procedência da acusação" contra Dirceu.

"A prova que sustenta a acusação, notadamente a prova testemunhal, não se resume, como quer a defesa, a elementos probatórios não submetidos ao crivo do contraditório", diz o procurador.

Entre os depoentes citados está o também réu Roberto Jefferson (PTB). Diz Gurgel: "Ao contrário do que afirmou a defesa de José Dirceu, tudo o que Roberto Jefferson declarou em seus depoimentos na fase extrajudicial foi confirmado em juízo: 'Excelência, reitero, confirmo, ratifico todas as informações que dei no passado'".

Segundo ele, a declaração de Jefferson "confere aos depoimentos a mesma eficácia do testemunho judicial, constituindo prova dos fatos".

Gurgel incluiu ainda depoimentos de Marcos Valério e dos ex-deputados Pedro Corrêa e Virgílio Guimarães, entre outras pessoas. "Muito embora o Ministério Público tenha se referido a depoimentos colhidos na fase de investigação, todos foram confirmados na instrução da ação penal", afirma o procurador.

Gurgel contesta a tese de que o dinheiro foi destinado a quitar dívidas eleitorais. Para ele, não se explicou "por que os acordos e a obtenção do dinheiro foram feitos por intermédio de empresário vinculado a esquema de desvio de dinheiro".

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