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Eleitores confrontam Serra e Haddad em campanha

DE SÃO PAULO

Eleitores paulistanos confrontaram ontem os candidatos do PSDB, José Serra, e do PT, Fernando Haddad, com temas indigestos para suas respectivas campanhas.

Serra fez um passeio no início da tarde por estações de trem e metrô ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Assim que embarcou, foi cobrado a tentar fazer campanha no horário de pico e criticado por ter deixado a prefeitura para ser candidato ao governo, em 2006.

Fernando Haddad, por sua vez, foi questionado sobre o julgamento do mensalão e incitado a responder se considerava os colegas de partido que são réus no processo "culpados ou inocentes".

Serra iniciou sua visita ao metrô por volta das 13h. "Vem aqui às 18h para ver como é", gritou um passageiro. "Foi ele quem reformou isso aqui", respondeu o deputado Orlando Morando (PSDB), que acompanhava Serra. "Não fez mais que a obrigação", retrucou outro jovem.

Serra desceu do vagão e fez uma baldeação para o metrô. Um estudante o seguiu aos gritos e foi abordado. "Seu pessoal me chamou de babaca. Disse que eu voto em mensaleiro. Manda votar nele de novo para ele abandonar a prefeitura", disse.

Serra preferiu não reagir.

Já Haddad tentou argumentar quando uma auxiliar de limpeza quis saber como ele avaliava o envolvimento do PT com o mensalão.

O petista saía de um conjunto habitacional, na zona sul, quando Almerinda Silva, 47, perguntou o que ele "acha do mensalão".

"Hoje as instituições funcionam bem. A Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário funcionam bem", respondeu o petista. "Quando você tem qualquer suspeita tem que ir até o fundo investigar", concluiu.

Almerinda não se satisfez. "Você é do PT", disse. "Eu sou", afirmou Haddad. "A mesma coisa que acontece numa igreja pode acontecer num partido, em qualquer comunidade. Pode ser religiosa, partidária, clube de futebol. Até numa família você pode ter às vezes suspeita."

A eleitora, então, quis saber o veredito do candidato. "Culpado ou inocente?", perguntou. "Ah, isso não. Não sou juiz", disse Haddad.

"Rodeou e não falou. Disse que o mensalão, a investigação, é como uma igreja, uma família. Alguém tem que zelar como pai e mãe", disse Almerinda após o diálogo, sem entender muito bem a argumentação do candidato.

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