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Eleições 2012

Doação eleitoral 'estilo Obama' emperra

Entre os principais candidatos a prefeito do Rio, só Freixo (PSOL) e Otávio Leite (PSDB) arrecadam pela internet

Em SP, Gabriel Chalita (PMDB) não consegue viabilizar sistema; PT e PSDB não devem usar a ferramenta

DE SÃO PAULO
DO RIO

Lançada com alarde no Brasil nas eleições de 2010, com resultados inócuos, a arrecadação de doações pela internet terá poucos adeptos entre os concorrentes do pleito deste ano.

No Rio, apenas dois candidatos a prefeito recebem contribuições pela rede: Marcelo Freixo (PSOL) e Otávio Leite (PSDB). Em São Paulo, só Gabriel Chalita (PMDB) anuncia arrecadação on-line, mas não consegue viabilizá-la.

Freixo recorreu a uma empresa que nascia para financiar projetos culturais e usou o mesmo sistema para receber doações eleitorais.

A campanha afirmou que até ontem foram arrecadados R$ 52 mil, por meio de 520 doações. Segundo a assessoria, o valor mais comum de contribuição é de R$ 50.

Algumas tem chegado até de fora do Estado do Rio. "Há muitos estudantes doando o que podem", disse Freixo.

O PSOL diz não aceitar doações de bancos, multinacionais e empreiteiras. Freixo vetou também contribuições de empresas de ônibus.

O sistema criado pela empresa Democracia Virtual permite que o dinheiro seja creditado no mesmo dia na conta da campanha.

O valor arrecadado, porém, está longe dos R$ 2,5 milhões estimados pelo socialista para gastos na campanha e não paga mais do que três anúncios pequenos em jornal.

Em São Paulo, um impasse emperra o início da arrecadação virtual de Gabriel Chalita (PMDB), que ainda não conseguiu fechar acordo com nenhuma processadora de cartões de crédito para viabilizar as doações.

A campanha de José Serra (PSDB) relatou problemas semelhantes nas negociações com as empresas. Em 2010, quando disputou a Presidência, o tucano já abriu mão de arrecadar pela internet.

Na eleição de dois anos atrás, Dilma Rousseff (PT) levantou apenas R$ 240 mil pela rede e Marina Silva, R$ 170 mil -R$ 20 mil a menos do que o comitê financeiro de Chalita estimou gastar apenas para implantar o sistema de arrecadação nas eleições deste ano.

O custo-benefício é o motivo alegado pelo tesoureiro da campanha de Fernando Haddad (PT) para não buscar doações pela internet. "A arrecadação não compensa", disse Chico Macena.

Para Antonio Graeff, autor do livro "Eleições 2.0", a curta duração das campanhas brasileiras impede que se replique por aqui a experiência da candidatura de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos, que juntou US$ 400 milhões com pequenas contribuições pela internet em 2008.

Lá, o eleitor apoia seu preferido nas prévias partidárias e faz nova doação quando ele é sagrado candidato, para reafirmar sua escolha. (DIÓGENES CAMPANHA E ITALO NOGUEIRA)

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