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Eleições 2012

Creches são desafio para candidatos em SP

Propostas na área apresentam falhas, de acordo com especialistas; 145 mil crianças esperam por vaga na capital

Atual prefeito, Gilberto Kassab viu crescer demanda, mas não cumpriu promessa de acabar com fila

DE SÃO PAULO

As principais propostas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo para solucionar o problema da falta de vagas em creches apresentam falhas e sofrem críticas de especialistas em educação. Segundo a prefeitura, há 145 mil crianças na fila por uma vaga no município.

A maioria dos candidatos inclui em suas propostas o uso de convênios com a rede particular, instituições filantrópicas, faculdades e outras instituições até que sejam construídas novas unidades.

Soninha (PPS) propõe também criar a bolsa creche -dinheiro para as famílias pagarem escolas particulares.

Mas especialistas criticam o mecanismo. Gabriel Chalita (PMDB) chegou a ser vaiado em evento após fazer a proposta de convênios.

"Em geral, o serviço é de pior qualidade", diz Romualdo Portela, da Faculdade de Educação da USP.

Os candidatos prometem fiscalização para evitar queda na qualidade do serviço.

José Serra (PSDB) pretende seguir a política de seu aliado, o prefeito Gilberto Kassab (PSD), e criar vagas por meio de convênios e uso de recursos estaduais.

Kassab, porém, não conseguiu zerar o deficit de vagas, uma de suas principais promessas ao se eleger.

A campanha tucana e a Secretaria Municipal de Educação argumentam que, desde 2005, o número de vagas mais que triplicou, mas a demanda cresceu em ritmo superior.

Celso Russomanno (PRB) promete zerar o deficit fazendo andares superiores nas creches, com acesso por rampas para não pôr a segurança das crianças em risco.

Mas isso aumenta a oferta de vagas onde já existem creches e deixa alguns locais descobertos, diz o professor de economia da FGV Aloisio Araujo, especialista em educação infantil.

Além disso, a secretaria calcula que as unidades passíveis de verticalização não são suficientes para acabar com as filas.

Russomanno diz que, para solucionar o problema, também vai construir unidades.

Educadores apontam ainda atraso nas obras do ProInfância -programa federal que Fernando Haddad (PT) deve usar para construir escolas- em cidades em que ele foi implementado.

Procurado, o Ministério da Educação não forneceu dados da execução do programa. A campanha petista diz que a execução das obras é responsabilidade das prefeituras.

Paulinho da Força (PDT) propõe fazer com que as unidades funcionem 24 horas, para pais que trabalham à noite, mas nem ele sabe qual é a demanda pelo serviço e se há estrutura para isso -mesmos problemas apontados por especialistas. (LUIZA BANDEIRA, RODRIGO VIZEU, PAULO GaMA E DIÓGENES CAMPANHA)

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