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Sabatina Folha/Uol - Celso Russomanno

Os serviços públicos são péssimos na cidade de São Paulo

CANDIDATO DO PRB À PREFEITURA DIZ QUE VAI AUDITAR CONTRATOS DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE E PROMETE REGULARIZAR IGREJAS

Danilo Verpa/Folhapress
Celso Russomanno (PRB) durante a sabatina promovida por Folha e UOL
Celso Russomanno (PRB) durante a sabatina promovida por Folha e UOL

DE SÃO PAULO

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, prometeu ontem, na Sabatina Folha/UOL, auditar todos os contratos das OSs (organizações sociais) que administram unidades municipais de saúde.

Ele afirmou que "os serviços públicos são péssimos" e criticou o Hospital Israelita Albert Einstein e a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro por supostas falhas na gestão de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e de um posto de saúde.

Durante uma hora e meia, ele respondeu a perguntas de Ricardo Balthazar, editor de "Poder", Vera Magalhães, editora do "Painel", Barbara Gancia, colunista da Folha, e Maurício Stycer, repórter especial do UOL, no teatro Cultura Artística Itaim.

Ele defendeu ainda a regularização de templos e que haja "uma igreja em cada quarteirão na cidade". O candidato, no entanto, buscou dissociar-se da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem quadros no comando do PRB.

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Organizações sociais.
"Existem organizações sociais que trabalham bem e as que trabalham mal. Estive no Jardim Mitsutani [zona sul]. Lá a UBS é administrada pelo Einstein e é da pior qualidade. Estavam faltando três médicos no Programa de Saúde da Família. Fomos ao Pronto Socorro de Santo Amaro, administrado pela Santa Casa de Santo Amaro, por denúncia de que um raio X computadorizado estava largado no chão há seis meses. Não adianta fazer convênios e não fiscalizar. Vou para as ruas fiscalizar, porque essa é minha forma de gerenciar. A gestão atual não fiscaliza, mas paga em dia. Para onde está indo o dinheiro? Vou fazer auditoria em todos esses contratos."
O hospital Albert Einstein disse que a rotatividade de médicos no Jardim Mitsutani tem sido mais alta "em função das dificuldades específicas da região". E que a falta de profissionais é suprida por funcionários da prefeitura.
O superintendente da Santa Casa de Santo Amaro, Danilo Masiero, disse ser "deselegante o candidato repetir história de 60 dias atrás".
Ele contou que o aparelho de raio X começou a ser usado 15 dias depois que Russomanno "apareceu de surpresa" no hospital. Segundo o diretor, foram necessárias reformas na sala do equipamento. O aparelho ficou no chão, mas a embalagem garantia distância de 15 cm do solo, disse.

Nota para Kassab
"Ninguém está contente com nenhum serviço público. Todos eles são de péssima qualidade. Não existe política pública pra se dar serviço de qualidade." Ele disse que não daria nota para Kassab para não fazer "ataques pessoais". Mas afirmou: "Vocês vão pra escola e se dão nota? Quem dá nota é o professor. Quem tem que dar nota é a população".

PRB e igrejas
Russomanno minimizou a ligação de seu partido com a Igreja Universal, embora bispos comandem a legenda.
"De todos os membros do PRB, de todos os vereadores eleitos no Brasil, 80% são de todas as religiões, inclusive católica. 20% são evangélicos, 6% são da Igreja Universal."
Ele prometeu "preservar" e regularizar igrejas. "Gostaria que em cada quarteirão houvesse uma igreja pregando amor ao próximo. As pessoas não matam e não roubam não é porque a lei proíbe, é porque têm uma conduta religiosa."

Paulo Maluf
A colunista Barbara Gancia reclamou que Russomanno não respondia perguntas porque "aprendeu com seu padrinho Paulo Maluf". O candidato rechaçou ligação com o deputado federal, de quem foi correligionário no PP antes de migrar para o PRB.
"Não é meu padrinho, nunca foi e não será. Em todas as minhas eleições, fiz sozinho a votação para me eleger. Nunca tive padrinho político."

Pouco tempo de TV
Questionado sobre perspectiva de que a candidatura desidrate diante do pouco tempo de TV no horário eleitoral e da maior estrutura de adversários, Russomanno disse que seus pouco mais de dois minutos são "o necessário".
"Tudo depende de como se usa o tempo. Já tivemos experiência presidencial no Brasil de o presidente [Collor em 1989] se eleger com um minuto e pouco de televisão."

Polarização PSDB-PT
"Essa polarização que todo mundo coloca, eu acho que não existe nessa eleição. Se existisse, já estava patente", afirmou após ser questionado sobre possibilidade de que Fernando Haddad (PT) deslanche com início de propaganda na TV e polarize disputa com José Serra (PSDB).

Vida pessoal na campanha
"A maioria da população nem sabe que fui deputado, sabe que sou pessoa pública, de TV. Como tal, estamos sujeitos a fofocas e paparazzi. É assim que funciona minha vida", disse ao ser questionado sobre divulgação do ultrassom de sua mulher grávida na agenda de campanha.

Propostas populistas
"Sou o candidato que tem feito propostas de pé no chão, sem nada mirabolante, que não possa ser cumprido. Todas amparadas por técnicos da melhor qualidade, nas mais variadas áreas."

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