Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Foco

Petista se compara a Getúlio e diz que vai 'lavar a alma'

Um dia após voto pró-absolvição no Supremo, João Paulo Cunha participa de ato em Osasco e fala de pressão de 'ricos e poderosos'

Gabo Morales/Folhapress
Candidato a prefeito de Osasco, João Paulo Cunha faz campanha na zona norte da cidade
Candidato a prefeito de Osasco, João Paulo Cunha faz campanha na zona norte da cidade

DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

Um dia após receber um voto pela absolvição no caso do mensalão, o deputado federal João Paulo Cunha (PT) comparou sua situação à do presidente Getúlio Vargas, que se suicidou no dia 24 de agosto de 1954, e disse que caminha para "lavar a alma".

"Às vezes nem todo mundo consegue chegar a setembro. Getúlio Vargas, por exemplo, em 1954 não chegou", disse o petista, na inauguração de um comitê de campanha.

Candidato a prefeito de Osasco, João Paulo é o único dos 37 réus do mensalão a disputar a eleição deste ano.

No discurso, ele disse que Getúlio "se matou porque a elite brasileira, os ricos e poderosos pressionavam e diziam que por baixo do Palácio do Catete jorrava um mar de lama e corrupção."

Ele ainda relacionou o caso de Getúlio com as críticas que o ex-presidente Lula sofreu. "Vocês sabem que o Lula foi muito atacado."

Citando uma música do compositor Beto Guedes, João Paulo disse que vale a pena "sonhar" e falou da primavera.

"Setembro é um mês bonito, encerra o frio e as flores desabrocham com a chegada da primavera. (...) Quem acreditar nesse time que está aqui vai poder fazer uma caminhada no mês de setembro, que será para a gente lavar a nossa alma."

EMPATE

O petista é réu no Supremo Tribunal Federal sob acusação de receber R$ 50 mil para beneficiar empresa de Marcos Valério Fernandes de Souza em contrato com a Câmara dos Deputados, que presidiu entre 2003 e 2005.

O relator do mensalão, Joaquim Barbosa, votou pela sua condenação por três crimes: peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Já o revisor, Ricardo Lewandowski, votou integralmente pela absolvição.

O destino de João Paulo será definido pelo voto dos outros nove ministros, na próxima semana.

Sobre o voto de Lewandowski, João Paulo disse que o momento é de prudência. "Não houve decisão. O processo está em andamento."

A posição do revisor animou aliados. Após quatro dias sem atividades públicas, cerca 200 pessoas participaram de bandeiraço no Viaduto Metálico.

Setores do PT da cidade demonstram descontentamento pela dificuldade de fazer a campanha com o julgamento. O discurso, porém, é de otimismo.

"Nosso coração está um tanto aliviado", disse secretária de Governo da prefeitura, Marisa Elizabeth da Silva. "A campanha está mais animada do que nunca", completou o candidato a vice, Jorge Lapas.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.