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Eleições 2012

Programa de Serra no rádio liga projeto de Haddad ao mensalão

Propaganda tucana acusa rival de propor 'bilhete mensaleiro'; petista atribui ataque a 'desespero'

Candidato do PSDB não comenta peça publicitária; líder do PT na Câmara diz que ele 'partiu para a baixaria'

DE SÃO PAULO

Nove dias depois de José Serra (PSDB) dizer que sua campanha não introduziria nem tiraria o tema do mensalão da disputa pela Prefeitura de São Paulo, seu programa de rádio acusou Fernando Haddad (PT) de propor o "bilhete mensaleiro".

O ataque acirrou os ânimos entre as duas campanhas. Haddad disse ver "descontrole" na propaganda rival.

O programa de Serra centrou fogo na promessa petista de criar um Bilhete Único mensal, com tarifa única e sem limite de viagens.

Na peça, um "ouvinte" de uma atração fictícia diz que não entende o projeto de Haddad, "mais caro e que não vale para o trem nem para o metrô". O "apresentador" então repete a expressão "bilhete mensaleiro" e acrescenta que, com ele, "você paga até quando está dormindo".

O "ouvinte" em seguida pede a confirmação: pagará também pelos dias em que não usar transporte? Seu interlocutor responde que é preciso "ficar esperto porque esse cara [Haddad] é o mesmo que criou a taxa do lixo [na gestão da petista Marta Suplicy]". E completa: "É muito blá-blá-blá".

A informação de que o front tucano se valeria do adjetivo "mensaleiro" foi antecipada ontem pelo "Painel".

Haddad disse que a ideia "já está em vigor no mundo desenvolvido" e acusou Serra de "subestimar a capacidade do eleitor de entender".

"Revela um certo descontrole", afirmou o petista. "Eu já havia sido alertado pela presidente Dilma que a campanha de Serra assumiria esse tom, como em 2010."

"O Serra ficou desesperado e partiu para a baixaria", emendou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). "Não tem jeito, ele é do mal."

O PT pediu à Justiça Eleitoral direito de resposta.

Serra não quis comentar o episódio. Um integrante da campanha do PSDB classificou a menção como "passadinha de mão, de leve".

Este tucano disse que Haddad já atacou Serra na TV ao afirmar que a cidade não quer um "prefeito de meio mandato" -referência à renúncia à prefeitura, em 2006, para disputar o governo do Estado.

Questionado sobre o tema, Celso Russomanno (PRB) disse que "ataques não levam a nada" e que espera que "todos os candidatos façam uma eleição ética".

TELEVISÃO

Na TV, o tom do programa serrista da tarde foi mais brando. Mas o bloco do candidato começou com alusões pouco lisonjeiras aos governos Celso Pitta (1997-2000) e Marta Suplicy (2001-2004).

Cobrindo imagens de um projeto viário iniciado pelos dois e entregue pela gestão Serra, um locutor disse: "Era o Fura-Fila. Lembra da dupla Pitta-Maluf? A obra ficou quatro anos parada na mão do PT. Só dinheiro jogado fora".

Maluf apoia Haddad. O prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado de Serra, foi secretário da gestão Pitta.

(BERNARDO MELLO FRANCO, DANIELA LIMA, RODRIGO VIZEU E LUCAS NEVES)

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