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Mensalão - o julgamento

Pizzolato diz que poderia ter sido mais convincente

Defesa do ex-diretor do BB compara o caso ao de João Paulo Cunha (PT)

Memorial após 2 votos no STF pela condenação é a última cartada para tentar convencer os outros 9 ministros

RUBENS VALENTE
MATHEUS LEITÃO
DE BRASÍLIA

A defesa do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato reconheceu, em memorial entregue sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal, que o cliente poderia ter sido "mais convincente" em sua versão no processo do mensalão.

O relator do processo, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, condenaram Pizzolato por corrupção passiva e peculato.

O memorial, nesse caso, funciona como uma espécie de última cartada da defesa, na tentativa de convencer os outros nove ministros da corte que ainda não votaram.

Em janeiro de 2004, Pizzolato recebeu em sua casa um pacote com R$ 326 mil sacados das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Na época, uma empresa de Valério, a DNA Publicidade, mantinha contrato de publicidade com o BB, área sob controle de Pizzolato, homem ligado ao PT.

Numa lista entregue por Valério aos investigadores, Pizzolato aparece como o beneficiário do dinheiro.

Desde 2005, Pizzolato alega que estava só fazendo "um favor" a Valério, não sabia que o envelope continha dinheiro, mas apenas "documentos". Diz que entregou o envelope, ainda lacrado, a uma pessoa do PT do Rio cujo ele nome nunca revelou. E alega que "não pegou" o nome do mensageiro.

Os argumentos foram qualificados de "inverossímeis" pela acusação. Lewandowski disse que a versão "não condiz com as provas dos autos".

No memorial de 13 páginas, com a expressão "urgente" em vermelho na capa, o advogado Marthius Lobato admite que seria mais convincente caso Pizzolato tivesse identificado "o recebedor, pelo PT, dos documentos".

Ele fez uma comparação com o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), que também admitiu ter recebido R$ 50 mil, mas para despesas pré-eleitorais, e a mando do tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Após condenar Pizzolato, Lewandowski opinou pela absolvição de Cunha.

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