Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Secretário de Alckmin contesta campanha de vereador

Álvaro Camilo, do PSD de Kassab, diz ter criado 'bico' oficial na folga de policial militar; Ferreira Pinto afirma que foi outro coronel

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A propaganda de um candidato a vereador virou questão de segurança pública em São Paulo. Nos dez segundos em que aparece no horário eleitoral na TV, Álvaro Camilo (PSD) diz ter sido comandante da PM por três anos e o responsável pela criação do "bico" oficial nas folgas, a Operação Delegada.

O secretário estadual Antonio Ferreira Pinto enviou mensagem ao deputado major Olímpio Gomes (PDT), da comissão de segurança da Assembleia, em que afirma que o criador da medida foi outro coronel, Roberto Diniz. Camilo sustenta que foi ele.

A Operação Delegada, o "bico" oficial da Polícia Militar de São Paulo, foi implantada na capital no fim de 2009 após assinatura de convênio entre prefeitura e Estado.

Atualmente, segundo o município, trabalham nessa atividade cerca de 4.000 policiais em todas as regiões da cidade -no combate ao comércio ambulante e ilegal.

Ferreira Pinto encaminhou documentos, de março de 2009, com estudos da corporação para implantação da Operação Delegada. Camilo assumiu o comando da PM um mês depois.

'O QUE É DE CÉSAR'

Na mensagem enviada para a Assembleia, Ferreira Pinto afirma que, "sem ele [Diniz]", a Operação Delegada "não seria realidade hoje. [...] A César o que é de César."

De acordo com o deputado major Gomes, a mensagem do secretário da Segurança não "tem caráter político. Tem como objetivo reconhecer o mérito de Diniz e restabelecer a verdade em reconhecimento ao trabalho do coronel Diniz".

Os PMs que fazem o "bico" oficial chegam a quase duplicar o salário com o valor pago pela prefeitura. O governo paulista quer estender essa atividade para todo o Estado. Entre 2010 e 2011, a Prefeitura de São Paulo gastou com o "bico" R$ 137 milhões.

O secretário Ferreira Pinto não comentou o assunto.

Camilo afirmou que Diniz apenas fez estudos e que mantém ser o criador da atividade delegada (leia mais no texto ao lado do quadro).

O Ministério Público tenta acabar com o convênio entre prefeitura e Estado. Para a Promotoria, os policiais já recebem hora extra fixa e, por isso, o Estado não precisa pagar por esse serviço.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.