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Mensalão - o julgamento Banco Rural favoreceu PT, afirma relator Joaquim Barbosa aponta 'cadeia de ilicitudes' em empréstimos de R$ 32 mi ao partido e a agências de Valério Ministro diz, em seu voto, que foram aceitas garantias insuficientes de petistas e que valor não seria cobrado DE BRASÍLIAMinistro relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa afirmou que os diretores do Banco Rural participaram de uma "cadeia de ilicitudes" para simular empréstimos e favorecer o PT e agências de Marcos Valério. Segundo Barbosa, o banco aceitou garantias insuficientes do ex-presidente do partido José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares, também réus, para a concessão de empréstimo de R$ 3 milhões ao PT, que foi "rolado" por dez vezes pelo Rural. Ele começou a ler seu voto sobre o bloco do julgamento em que Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinicius Samarane são acusados da prática de gestão fraudulenta no banco. Barbosa não concluiu a exposição, que deve ser retomada na segunda, mas indicou que votará pela condenação. Segundo o Ministério Público, os réus descumpriram a legislação do sistema financeiro para conceder empréstimos ao PT (R$ 3 milhões) e a agências de Marcos Valério (R$ 29 milhões). As movimentações, apesar de formalmente legais, nunca seriam pagas de volta ao banco. Barbosa disse que as provas mostram que é correta a tese da Procuradoria de que "o Rural só decidiu cobrar os valores objeto dos empréstimos após a divulgação do escândalo pela imprensa". Segundo ele, Kátia Rabello confessou que os empréstimos só foram cobrados após a divulgação do caso. O relator afirmou ainda que o banco não cumpria as prescrições do Banco Central e que perícias indicam que o Rural fez classificações de risco dos empréstimos em desacordo com a realidade financeira dos beneficiários. Os advogados Marcio Thomaz Bastos e José Carlos Dias, ambos ex-ministros da Justiça que hoje advogam para executivos do Banco Rural, defenderam ontem a desclassificação da acusação feita no processo de mensalão. Os advogados querem que o STF reconheça que o crime descrito pelo relator não é de gestão fraudulenta, mas de gestão temerária. O primeiro crime tem a pena mínima de três anos, e o segundo, de dois. Penas de até dois anos deverão ser declaradas prescritas ao final do processo. Os advogados deverão defender a tese num novo e último memorial, espécie de resumo de tudo o que a defesa disse ao longo do processo, a ser entregue aos ministros. Sobre a legalidade dos empréstimos, os advogados afirmaram que nenhum dos réus foi o responsável pelas concessões. As operações teriam sido conduzidas e autorizadas pelo executivo José Augusto Dumont, já falecido. Em nota, o banco disse que os empréstimos às agências "foram periciados pela Polícia Federal e considerados verdadeiros. O valor dos empréstimos era proporcional à capacidade dos tomadores e correspondia a menos de 1% da carteira do Rural em 2003". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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