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Eleições 2012

Haddad diz que ajudou a criar taxas por ordem de Marta

Petista atribui a ex-prefeita decisão de cobrar tributos da luz e do lixo

Candidato afirma que não será prejudicado pela condenação de João Paulo Cunha, seu colega de partido

DE SÃO PAULO

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, reconheceu ontem ter participado da criação das taxas do lixo e da luz na gestão Marta Suplicy (2001-04), mas atribuiu à ex-prefeita a decisão de impor os tributos.

O petista era chefe de gabinete da Secretaria de Finanças na época. Ele vem tentando se desvincular do tema, que é apontado como um dos motivos das derrotas de Marta nas últimas eleições.

"Houve uma encomenda do gabinete da prefeita e nós executamos a encomenda. Houve uma decisão política do gabinete de que a cidade estava quebrada. Nós não tinha recursos para absolutamente nada", disse Haddad ontem, à TV Estadão.

"Houve uma decisão política da prefeita de aumentar a arrecadação e isso foi feito", acrescentou.

Em março, a Folha publicou registros da Câmara Municipal que mostravam que o candidato foi escalado para convencer os vereadores a aprovar a criação das taxas. Na ocasião, ele disse que "cobrar uma taxa por um serviço efetivamente prestado" era "socialmente correto e justo".

Ontem, Haddad voltou a criticar o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o rival José Serra (PSDB) pela criação taxa de inspeção veicular, que promete abolir.

"Eu não entendo essa polêmica depois que eles trocaram a taxa do lixo pela do carro, que é mil vezes pior. É uma taxa ridícula", criticou.

"O Serra defende a [taxa da] Controlar, que não existe em lugar nenhum do mundo desta maneira, e é contra o Bilhete Único mensal, que existe em todos os lugares."

MENSALÃO

Haddad disse acreditar que não será prejudicado pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão.

Segundo ele, o fato de ser colega de partido do ex-presidente da Câmara não influenciará o eleitorado.

"Acredito sinceramente que não", disse. "Em qualquer agremiação humana, você pode ter desvio de conduta. Isso vale para um partido, para uma igreja e até para uma família. A ética é um atributo individual, que não se presta a coletivos."

Em seguida, o petista citou suspeitas de corrupção contra os ex-governadores tucanos Eduardo Azeredo (MG) e Yeda Crusius (RS). "O PSDB é um partido que defende um ideal de sociedade e não defende a impunidade, como PT também não defende."

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