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Sabatina Folha/Uol - Eduardo Paes

Diálogo político não pode ser tratado como criminoso

EDUARDO PAES (PMDB), CANDIDATO À REELEIÇÃO NO RIO, DEFENDE SUA MEGACOLIGAÇÃO E DIZ QUE ATAQUE DE FREIXO É 'DESESPERO'

Daniel Marenco/Folhapress
Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio, na sabatina
Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio, na sabatina

DO RIO

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, defendeu ontem, na Sabatina Folha/UOL, sua megacoligação de 20 partidos. Ele afirmou não haver loteamento político nem "malfeitos" em sua gestão.

Sub-relator da CPI dos Correios, que deu origem às investigações sobre o mensalão, Paes eximiu o ex-presidente Lula de responsabilidade no episódio e se esquivou de dar sua opinião atual sobre o caso.

O prefeito negou responsabilidade pelo crescimento das milícias na cidade -apontada pelo adversário Marcelo Freixo (PSOL), sabatinado na véspera. Ele atribuiu a acusação a "desespero eleitoral".

Eduardo Paes respondeu a perguntas de Paula Cesarino Costa, diretora da sucursal do Rio da Folha, Cristina Grillo, secretária de Redação da sucursal, Danuza Leão, colunista do jornal, e Josias de Souza, colunista do UOL, no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, zona sul do Rio.

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Megacoligação
Paes defendeu a megacoligação formada em seu governo por 20 partidos. Ele afirmou que compôs o secretariado combinando técnicos em algumas pastas e políticos em outras -e que não se pode impedir a participação de políticos no governo.
"O diálogo político não pode ser tratado como um diálogo criminoso. Aí os outros [dizem]: 'Não sou político, não faço aliança'. Como se candidata tanto? Para que se filia a partido? Eu optei por ser político. [...] Governei com uma aliança enorme e não entreguei para o malfeito", afirmou.

Crise de Cabral
O peemedebista defendeu o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), das críticas por sua amizade com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta. Segundo ele, o aliado não "poderia imaginar as relações que [Cavendish] tivesse", em referência ao envolvimento com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
"O governador Sérgio Cabral foi transformador dessa cidade. Admitiu seu erro com o empreiteiro que prestava serviço para o Estado."

Lula e mensalão
O ex-tucano disse que "cumpriu um papel político" durante a CPI dos Correios, quando chamou Lula de "chefe de quadrilha" e "psicótico". Paes disse que pode "ter exagerado" e defendeu o ex-presidente de responsabilidade. "O presidente não estava indiciado no relatório final da CPI", disse ele.
Questionado se concordava com o ex-presidente, segundo o qual o mensalão não existiu, Paes se esquivou. "Estou tocando a cidade. Não estou olhando o julgamento", disse.

2014
Paes disse que não sairá da prefeitura em 2014 para disputar as eleições. Ele é cotado como opção do PMDB caso o vice-governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão, não decole nas pesquisas. "Não há hipótese de sair da prefeitura."
Ele defendeu que PMDB e PT se mantenham coligados.

Olimpíada
O prefeito disse que cerca de 95% das obras municipais já estão em andamento ou com orçamento definido. Mas afirmou que o gasto final só será divulgado quando a soma estiver concluída. "Não vou ficar chutando porque o Brasil está de 'saco cheio' de chute."
Segundo ele, não haverá atraso. "Estamos mais pontuais do que os britânicos."

Problemas na gestão
Paes apontou como a saúde e o transporte como as duas áreas mais problemáticas de sua gestão. Mas afirmou que tem projetos.

Milícias
O prefeito classificou como "leviandade" e "desespero eleitoral" a acusação de Marcelo Freixo (PSOL) de que ele tem responsabilidade pelo crescimento das milícias.
O peemedebista disse que decidiu fazer a licitação de vans via cooperativas porque é a forma feita nas principais capitais do país.
Ele criticou Freixo por "politizar" o tema. "É um risco enorme a gente politizar o tema segurança. Essa foi uma das tragédias do Rio que conseguimos mudar."

Internação compulsória
Paes defendeu a internação compulsória de menores envolvidos com o crack. Mas afirmou não ter certeza de que é a medida mais correta. Ele disse que o Ministério da Saúde adotou o modelo carioca -a pasta federal nega.

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