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Eleições 2012

Candidatos usam apoio de aliados incômodos para atacar adversários

Em debate Folha/RedeTV!, concorrentes em São Paulo travaram confronto mais duro da disputa

Ligação com Maluf, Kassab, Universal e réus do mensalão foi explorada em encontro realizado ontem

DE SÃO PAULO

No segundo debate da corrida paulistana, os principais candidatos à prefeitura deixaram de lado a ênfase na apresentação de propostas e tentaram atacar os adversários apontando para aliados incômodos que os apoiam.

A munição incluiu menções ao apoio do ex-prefeito Paulo Maluf (PP) a Fernando Haddad (PT), à ligação do PRB de Celso Russomanno com a Igreja Universal, e ao abandono da prefeitura por José Serra (PSDB) em 2006.

O encontro foi organizado pela Folha e pela RedeTV!.

Identificado como candidato da situação e apoiado pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), Serra foi o principal alvo dos ataques.

Líder nas pesquisas, Russomanno evitou o confronto direto e procurou afastar sua candidatura da Universal. "Sou católico fervoroso", afirmou, quando questionado sobre a influência que a religião teria em seu governo.

Quando instado a falar sobre o julgamento do mensalão após uma resposta de Haddad, esquivou-se: "Não quero comentar ataques pessoais". Adiante, se disse vítima de "massacre" de versões sobre suas declarações por ser o primeiro nas pesquisas.

O papel de atirador coube a "coadjuvantes" nas intenções de voto: Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS). O peemedebista questionou Serra sobre o fechamento de escolas em tempo integral. O tucano irritou-se com o desafeto declarado: "Fico assombrado com a facilidade que ele tem para faltar com a verdade".

Na resposta seguinte, Chalita rebateu com três temas sensíveis a Serra: "Não posso ser chamado de mentiroso. Quem disse que não conhecia Paulo Preto [acusado de desviar doações para a campanha de Serra em 2010] não fui eu. Quem disse que não nomeou [Hussain] Aref [pivô de escândalo da gestão Kassab] não fui eu. Quem disse que não sairia da prefeitura não fui eu. Me respeite".

O tema do abandono preocupa Serra. Em 2006, ele deixou a prefeitura com um ano e três meses de mandato para disputar o governo, depois de ter assinado documento comprometendo-se a permanecer no cargo.

'E O MALUF, HADDAD?'

Já Soninha mirou o petista em sua primeira questão: "E o Maluf, Haddad?". Ele afirmou que não gosta de "fulanizar a politica". "Eu poderia dizer que o Russomanno é apoiado por Roberto Jefferson, que é o presidente nacional do PTB. E Serra, por Valdemar da Costa Neto [PR]." Ambos são réus do mensalão.

No segundo bloco, quando os candidatos responderam a questões formuladas por jornalistas, Haddad foi instado a falar sobre como conciliar o discurso do "novo" de sua campanha com o passivo de seu partido no escândalo do mensalão.

Haddad disse ter sido chamado para o ministério lulista no "auge da crise política". "Lula me sondou para concorrer entendendo que a própria classe política precisa de renovação."

REJEIÇÃO

Também no segundo bloco, Serra foi questionado sobre a relação de seu índice de rejeição com a reprovação à gestão Kassab. O tucano tentou distanciar-se do prefeito: "O Kassab foi eleito em 2008, não fui eu que dei a ele a prefeitura", afirmou.

Segundo a última pesquisa Datafolha, 43% dos eleitores dizem que não votariam no tucano.

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