Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Análise / Pesquisa

Em busca do anti-Kassab, eleitor acha Russomanno

Candidato do PRB se firma como alternativa à atual gestão da cidade

MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

Nenhum dado resume melhor os resultados da pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha do que a reprovação recorde de Gilberto Kassab (PSD). O prefeito é considerado ruim ou péssimo por metade dos eleitores da capital.

A queda expressiva de seu candidato-padrinho, José Serra (PSDB), e as ascensões de Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT) têm correlação com a insatisfação sobre a atual gestão.

A maioria dos paulistanos não identifica melhorias na cidade nos últimos quatro anos. Estratégias de comunicação que contrariam essa forte percepção podem explicar até aqui boa parte do apoio que Serra perdeu.

E Russomanno é, até agora, o candidato que melhor conseguiu capitalizar o voto de protesto -entre os eleitores que reprovam a gestão Kassab, ele chega a 40% das intenções de voto, contra apenas 17% de Haddad.

Segundo pesquisas anteriores do Datafolha, o candidato do PRB se posicionou como alternativa de mudança, gerando ruído no discurso planejado pelo PT.

Isso facilita a compreensão, por exemplo, do ótimo desempenho de Russomanno em espaços que teoricamente deveriam estar ocupados por Haddad.

Ele obteve taxas de intenção de voto acima da média entre os que guardam boa imagem das gestões de Lula e Dilma Rousseff na Presidência e de Marta Suplicy (PT) na Prefeitura de São Paulo.

Segmentando-se os eleitores pelo grau de simpatia e apoio ao PT, consegue-se uma visão mais detalhada do tamanho do desafio de Haddad para conquistar o que, pela lógica, lhe seria de direito.

Entre os que rejeitaram o partido nas últimas três eleições, como esperado, Serra lidera, com 32%, e Russomanno fica com 29%.

Mas engana-se aquele que aposta em queda de Russomanno entre os que têm algum vínculo com o PT -ele chega a 43% no segmento que demonstra "leve" simpatia pelo partido, enquanto Haddad fica com apenas 11%.

Mesmo entre os que votaram no PT nas últimas três eleições para prefeito e se dizem simpatizantes do partido, Haddad alcança só 37% e Russomanno chega a 35%.

Mudanças ainda devem acontecer. Há uma parcela significativa dos eleitores que só agora, com o horário eleitoral, começam a despertar.

Daqui para a frente, sobre o conhecimento de candidatos e partidos, os eleitores depositam atributos, imagens e percepções que compõem seus votos. E a posição clara em relação à atual gestão será fundamental no processo.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.