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Eleições 2012

Candidatos distorcem informações para atacar adversários em debate

Serra e Chalita erram dados sobre escolas em tempo integral e acusam um ao outro de mentir

Russomanno promete trocar ônibus não tão velhos assim e Haddad supervaloriza gestão Marta no ensino público

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Todos os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo omitiram informações relevantes durante o debate Folha/Rede TV! realizado anteontem à noite.

A discussão sobre escolas em tempo integral foi responsável por alguns dos momentos mais acalorados.

O candidato José Serra (PSDB) chamou de mentiroso o rival Gabriel Chalita (PMDB), que foi secretário da Educação no governo Alckmin, entre 2002 e 2006.

Serra errou quando disse que Chalita não havia implantado o projeto Escola Integral em 514 escolas. Isso ocorreu no início de 2006.

O ex-secretário, por sua vez, também acusou o oponente de mentir, mas errou ao afirmar que o tucano, quando assumiu o governo, passou a fechar as escolas do Estado que ofereciam jornadas mais longas.

EDUCAÇÃO EM DISPUTA

Serra preferiu destacar as imperfeições do programa de Chalita, o que a própria Folha registrou na época, em reportagem com pais de alunos.

O ex-secretário de Alckmin optou por evidenciar o desmonte do programa feito pela gestão Serra.

Esse desmonte existiu, apesar de as escolas não terem sido fechadas, como afirmou Chalita no debate.

Dados oficiais da Secretaria da Educação mostram que atualmente 313 escolas do ensino fundamental funcionam em período integral. As outras deixaram de funcionar nesse tipo de sistema.

O líder nas pesquisas de intenção de voto, Celso Russomanno (PRB), mostrou que não conhece os detalhes da frota de ônibus da capital paulista. Ele prometeu renovar os veículos para dar mais conforto aos usuários.

As linhas de coletivos da capital podem até ser lentas e cheias, mas os ônibus que circulam nelas são relativamente novos. A idade média da frota das empresas que operam na capital é de cinco anos e um mês.

Considerados somente os veículos usados pelas cooperativas, esse tempo cai para três anos e dois meses.

O candidato do ex-presidente Lula e do governo federal em São Paulo, Fernando Haddad (PT), também escondeu dados importantes, principalmente quando defendeu a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (2001-2004).

QUALIDADE PEDAGÓGICA

O ex-ministro da Educação disse que a gestão Marta "fez parcerias com o Estado no Metrô". Citou que isso é essencial para melhorar a mobilidade urbana na cidade.

Os registros mostram que a prefeitura não colocou recursos em projetos tocados pelo Metrô, empresa ligada ao governo do Estado. A versão da gestão Marta é que não havia projetos em curso na época, que justificasse que o repasse do dinheiro.

A discussão entre petistas e tucanos, feita de forma indireta durante todo o debate, permaneceu ontem com posts nas redes sociais.

A ex-prefeita Marta disse que deixou dinheiro em caixa para Serra pagar aos credores. Em nota ácida, o PSDB retrucou: "Havia R$ 16 mil na conta da prefeitura".

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