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Planilha de empresa de Cachoeira cita 'Marconi'

Arquivo apreendido pela PF indica pagamento para o nome, igual ao do governador de GO

ANDREZA MATAIS
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Planilha apreendida pela Polícia Federal na casa de um auxiliar do empresário Carlinhos Cachoeira indica pagamento de R$ 500 mil a um "Marconi". A CPI do Cachoeira fará cruzamentos de dados para saber se a menção refere-se ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO).

A suposta ligação do tucano com o empresário é alvo de apuração da comissão e de um inquérito criminal no Superior Tribunal de Justiça.

Cachoeira está preso há pouco mais de seis meses, sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

O pagamento relacionado a "Marconi" consta de planilha com a contabilidade da empresa de segurança Carcop do Brasil, já desativada, e que pertencia a Cachoeira.

O documento estava em um disquete guardado numa caixa na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado de Cachoeira e apontado pela PF como seu representante no comando de empresas.

Foi nessa mesma caixa que a PF encontrou um vídeo em que o prefeito de Palmas (TO), Raul Filho, oferece vantagens a Cachoeira em troca de apoio nas eleições de 2004.

Na planilha, o pagamento de R$ 500 mil está vinculado à data de 20 de outubro de 2002. Duas semanas antes, Perillo havia sido reeleito governador, em sua primeira passagem pelo cargo.

Na prestação de contas do tucano à Justiça Eleitoral, não há registro de doação pela Carcop ou por outra empresa ligada a Cachoeira.

Nas eleições de 2010, indicam outros dados levantados pela PF, uma empresa responsável pela doação de R$ 450 mil à campanha do tucano foi abastecida por uma das empresas de fachada usadas pelo esquema Cachoeira.

"É claro que isso será investigado", afirmou o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG).

O deputado petista já disse a interlocutores o indiciamento de Perillo será pedido no relatório final, mas ainda busca provas que convençam os demais partidos a apoiar esse ponto do seu texto.

O PMDB, que divide com o PT o comando da CPI, considera que não existem provas robustas contra Perillo.

Foi para garantir o apoio dos peemedebistas que o PT aceitou paralisar a CPI do Cachoeira no período eleitoral -ainda assim, técnicos continuarão trabalhando.

OUTRO LADO

Perillo afirmou, por meio da assessoria, que não pode se responsabilizar pelo que as pessoas escrevem "usando seu nome". O governador nega ter recebido dinheiro da empresa que pertenceu a Cachoeira e disse que "nunca ouviu falar" da Carcop.

O tucano disse ainda que teve os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrado pela CPI do Cachoeira e que "não se constatou qualquer irregularidade".

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