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Dilma usa TV para exaltar governo e atacar tucanos

Presidente afirma que gestão de FHC 'torrou' patrimônio com privatizações

Em pronunciamento do 7 de Setembro, petista diz que crescimento baixo é temporário e faz novas críticas a bancos

Reprodução
Dilma Rousseff no pronunciamento em rede nacional de TV
Dilma Rousseff no pronunciamento em rede nacional de TV

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff aproveitou pronunciamento nacional em rádio e TV ontem para anunciar medidas econômicas, exaltar decisões do seu governo e criticar a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Apesar dos oito trimestres consecutivos de crescimento fraco, Dilma adotou um tom ufanista e, na véspera do Dia da Independência, fez análise otimista do cenário econômico nacional.

Para a presidente, o Brasil enfrenta uma "redução temporária no índice de crescimento" e está, na verdade, diante de um "novo e decisivo" salto na economia.

A "nova arrancada", segundo ela, será calcada no aumento da competitividade.

"Não se surpreendam que esta nova arrancada se dê no mesmo momento em que o mundo se debate em um mar de incertezas. Isso não ocorre por acaso. Ao contrário de outros países, o Brasil criou, nos últimos anos, um modelo (...) que nem mesmo a maior crise financeira da história conseguiu nos abalar fortemente."

"No médio e no longo prazo", disse a presidente, o Brasil será "um dos países com melhor infraestrutura, com melhor tecnologia industrial, melhor eficiência produtiva e menor custo de produção".

A presidente também aproveitou a fala para criticar novamente os bancos pelos juros cobrados, o que já havia feito em cadeia de TV na véspera do Dia do Trabalho.

"Confesso que ainda não estou satisfeita. Porque os bancos, as financeiras e, de forma muito especial, os cartões de crédito podem reduzir, ainda mais, as taxas cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados seus ganhos".

PRIVATIZAÇÕES

O pronunciamento, que durou 11 minutos, o mais longo do ano, acontece um mês antes das eleições municipais e num momento em que o PT, partido da presidente, enfrenta desgaste devido ao julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).

Na fala, a presidente fez questão de diferenciar o modelo de condução da economia do adotado durante a gestão de FHC.

Sem citar o tucano, Dilma afirmou que o "antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias (...) torrou patrimônio público para pagar dívida e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência".

Ao falar do modelo atual, Dilma usou o termo "concessão". "Nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado para garantir qualidade, acabar com monopólios e assegurar o mais baixo custo de frete."

Nesta semana, a presidente rompeu uma até então relação de cordialidade e afagos para divulgar uma dura nota contra o tucano, que, em artigo, havia criticado principalmente o PT e a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e padrinho político de Dilma.

FHC havia chamado de "herança pesada" o legado deixado por Lula. Em nota oficial, Dilma disse que Lula era "exemplo de democrata".

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