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Eleições 2012 Em debate no Rio, Paes cita milícias para atacar rival No evento Folha/RedeTV!, prefeito lembra que citado em CPI era da chapa de Freixo Candidato do PSOL havia dito que Paes tem responsabilidade pelo crescimento das milícias na cidade ITALO NOGUEIRADO RIO O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), buscou anular as críticas à sua gestão no debate Folha/Rede TV! anteontem com contra-ataques aos principais adversários. Até então, seu alvo era só Rodrigo Maia (DEM). Agora, os ataques também atingem Marcelo Freixo (PSOL). A tática de Paes, líder isolado nas pesquisas (53% no último Datafolha, contra 13% de Freixo), é apostar no "zero a zero", diz o cientista político Marcelo Burgos, da PUC-Rio. Segundo ele, o objetivo é manter o eleitor que é simpático à atual gestão. Freixo voltou a acusar Paes de responsabilidade pelo crescimento das milícias no Rio. Citou reunião do prefeito com indiciados na CPI sobre essas quadrilhas. O peemedebista contra-atacou apontando a presença do candidato a vereador Berg Nordestino na chapa do PSOL. Berg é citado no relatório final da comissão presidida pelo próprio Freixo. "Não peço certidão criminal de todas as pessoas que recebo no meu gabinete. Nem eu nem o seu partido, pelo jeito. Se nem o senhor e o seu partido leem o relatório da CPI que o senhor fez, eu sou obrigado a saber todo mundo que está ali? Aquilo não é a Bíblia", disse Paes. Freixo se defendeu: "Não havia como descobrir que ele [Berg] era essa pessoa [do relatório]. Ele é citado [no relatório] pelo primeiro nome. Não havia como ligar uma pessoa a outra. É diferente um indiciado de um citado, que só aparece o nome. Os indiciados eram conhecidos". Para Burgos, a exposição das supostas relações de Paes com as milícias tem "efeito limitado". Sem elementos claros, a acusação pouco afeta a imagem do prefeito, afirma. O mesmo ocorre, na sua opinião, com os ataques sobre troca de partido e aliança com antigos rivais, como o ex-presidente Lula e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). "Paes é a expressão mais bem acabada do pragmatismo lulo-petista. Seu eleitor não é ingênuo em relação a esses pontos. Mas para ele, esse tipo de associação não o afeta muito." No debate, Rodrigo Maia criticou Paes por "negar o seu passado": "Troca de partido e troca suas ideias. Você no passado não tratava assim o [ex-]prefeito César Maia. Um absurdo o que você faz". Paes, na resposta, atacou César Maia pelo sistema de "aprovação automática" nas escolas e explicou sua guinada política: "As pessoas, quando me elegeram, queriam isso de mim [aliança com Lula e Cabral]. O Rio cansou de encrenqueiro. Pessoas que brigam e pensam pouco nos interesses da cidade". BOM RESULTADO Após o primeiro debate, em agosto na Band, Paes foi flagrado afirmando que o encontro fora "ótimo" porque havia sido "um zero a zero desgraçado" que lhe dera "sono". Anteontem, fora das câmeras, ele sorriu, bocejou e até dançou discretamente o jingle do adversário Maia. Pareceu, mais uma vez, satisfeito com o resultado. Os rivais de Paes também criticaram-se mutuamente. Freixo questionou Otávio Leite (PSDB) pelo fato de criticar o uso de organizações sociais na saúde no Rio, apesar do PSDB usá-las em São Paulo. "O sistema foi implantado em São Paulo porque tem uma tradição de terceirização na saúde. Uma retaguarda de hospitais importantes, universitários. O que se fez no Rio foi um remendo", respondeu o tucano. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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