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Mensalão - o julgamento

Novo ministro diz não conhecer processo

Escolhido para vaga no Supremo, Teori Zavascki indica que não deve participar do julgamento do mensalão

Teori evita especular antes de ter nomeação confirmada no Senado; data da sabatina dele ainda não foi marcada

LEANDRO COLON
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

Um dia após ser indicado a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki sinalizou que, como não conhece os autos do processo do mensalão, ficará de fora do julgamento.

Segundo ele, sua decisão só será anunciada após a sabatina do Senado, quando o nome dele deve ser aprovado para substituir Cezar Peluso.

Hoje ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Teori Zavascki, 64, deu à Folha sua primeira declaração pública após a indicação da presidente Dilma Rousseff.

"Nem estudei o assunto [mensalão], é prematuro falar sobre isso. Não cogito nada antes de ser nomeado. Não quero falar sobre exercício do cargo no STF antes de completar o ciclo de nomeação."

Para ministros do STF e colegas do STJ, é remota a chance de ele participar do julgamento. Ao dizer que não estudou o caso, estaria, segundo magistrados, avisando que não deve julgar os réus.

Sem Peluso, aposentado, o STF ficou com dez ministros. A participação de Teori poderia, eventualmente, desempatar algum ponto da ação.

A previsão é que ele tome posse até o início de novembro -poderia participar do julgamento se o caso ainda estiver em pauta. Mas o regimento permite ao novo ministro abrir mão de votar por não conhecer os autos.

AUDIÊNCIA

Teori falou sobre a audiência com Dilma, domingo, no Palácio da Alvorada, quando foi comunicado da indicação.

"Ela me convidou, e eu aceitei. Não podemos colocar isso como objetivo de vida. É um cargo que a gente não pleiteia e não recusa. É uma honra para qualquer profissional do direito", disse.

Ele não quis comentar a fama de discreto, que o teria ajudado: "São as pessoas que fazem o perfil da gente".

Teori já participou de votações polêmicas no STJ. Em uma, manteve decisão de instâncias inferiores favoráveis ao ex-ministro Antonio Palocci em processo por improbidade. Em outra, foi contra a prisão do ex-governador do DF José Roberto Arruda, no escândalo Caixa de Pandora.

"São decisões motivadas, os autos são públicos. Espero ter acertado mais do que errado", afirmou.

Ontem, Teori fez o tradicional corpo a corpo pré-sabatina. Visitou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e Pedro Simon (PMDB-RS). A sabatina não tem data, mas pode ocorrer no dia 28 -o Senado está em "recesso em branco" por conta da eleição.

Colaborou MÁRCIO FALCÃO, de Brasília

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