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Engajamento religioso não alavanca candidatos em SP

DE SÃO PAULO

Religião tem papel relevante na eleição? De acordo com o último artigo do sociólogo Flávio Pierucci, um dos maiores especialistas do tema, não.

Depois de analisar a "intromissão da religião" na eleição presidencial de 2010, Pierucci (morto em junho) concluiu que uma campanha "recheada de moralismo repressivo misturado com exibicionismo devoto pode dar em efeito fariseu": rejeição dos eleitores aos que fazem publicidade de sua própria religiosidade.

Os dados do Datafolha em São Paulo parecem combinar com sua tese. Até agora, o engajamento de líderes evangélicos nas campanhas de Celso Russomanno (PRB) e José Serra (PSDB) não tem surtido benefícios evidentes aos dois.

Pelo instituto, quem cresce de forma constante junto aos evangélicos desde março é Fernando Haddad (PT), o único dos três que não tem apoio explícito de pastores.

Em março, Haddad tinha 4% das intenções de voto entre os pentecostais. Saltou para 13% em agosto e, na última pesquisa, 15%.Entre os não-pentecostais, foi ainda melhor. Atingiu 22%.

Filiado à sigla controlada pela Igreja Universal, Russomanno desmoronou 17 pontos entre os não-pentecostais na última rodada, sua maior variação em todos os segmentos. Entre os pentecostais, oscilou três pontos para baixo.

Já Serra, em frequentes visitas a cultos, caiu 12 pontos entre os pentecostais desde março. E apesar de ter subido de 14% para 24% entre os não-pentecostais na última rodada, está 10 pontos abaixo do que já esteve nesse grupo.

Serra é apoiado pelo maior ramo da Assembleia de Deus, por igrejas menores, e foi abençoado pelo líder da Igreja Mundial. Ainda assim, tem a maior rejeição entre os evangélicos: 50% entre pentecostais, 47% entre não-pentecostais.

(RICARDO MENDONÇA)

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