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Eleições 2012

1º mês de TV e rádio acirra polarização PT x PSDB

Na propaganda eleitoral, Serra aumenta ataques a Haddad ao cair nas pesquisas

Tucano associa petista a réus do mensalão depois de o Datafolha os colocar em empate técnico na 2ª colocação

DE SÃO PAULO

O primeiro mês de propaganda eleitoral dos candidatos a prefeito de São Paulo reforçou a polarização entre PT e PSDB na disputa pelo segundo lugar, em corrida liderada por um azarão.

À medida que José Serra (PSDB) caía nas pesquisas, aumentava a carga de sua artilharia contra o agora adversário direto na disputa, Fernando Haddad (PT).

Quando a campanha aportou no rádio e na TV, em 21 de agosto, o tucano tinha 27% das intenções de voto pelo Datafolha e estava em empate técnico na liderança com Celso Russomanno (PRB).

Na primeira semana de horário político, os reclames de Serra cutucaram bandeiras de Haddad (o Bilhete Único mensal virou "bilhete mensaleiro") e a gestão da saúde sob o PT (2001-2004). Mas o tucano evitava fazer as estocadas pessoalmente.

Dias após a divulgação do levantamento que o mostrou com 21%, Serra subiu o tom. Surgiu na TV falando do "jeito nefasto de fazer política" que o STF, ao julgar o mensalão, estaria "mandando para a cadeia", mas não citou Haddad nem o PT. No dia seguinte, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso praticamente bisou o discurso.

A virulência se acentuou na semana passada, quando o Datafolha apontou o tucano com 20%. O programa de rádio de Serra veiculou críticas ácidas à passagem do petista pelo Ministério da Educação. Na TV, ligou diretamente o adversário a réus do mensalão.

Já Haddad usou 20 vezes o adjetivo "novo" ou variações para se apresentar na estreia na TV, anabolizada pelo do padrinho Lula.

Reavivou de pronto o fato de Serra ter deixado a prefeitura em 2006, decorrido pouco mais de um ano de gestão, para concorrer à Presidência ("São Paulo está cansada de candidatos de meio mandato"). Mas foi parar na linha de defesa ao se ver instado a detalhar o custo e a mecânica do Bilhete Único mensal.

A meio caminho, incorporou a até então relutante Marta Suplicy a seu programa e adiantou a entrada em cena da presidente Dilma Rousseff. Tudo com direito a computação gráfica em profusão e projetos de nome rebuscado.

Por fim, no meio do fogo cruzado, Russomanno coleciona três encarnações em um mês: mudo de saída, transmutou-se em falante entrevistador de rua na segunda semana e renasceu há pouco como vítima de "vale-tudo eleitoral", em reação a críticas de Haddad e Serra à vacuidade de algumas de suas propostas.

(LUCAS NEVES)

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