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Eleições 2012

Serra e Haddad se atacam e poupam líder Russomanno

Em debate, tucano e petista evitam criticar adversário do PRB e protagonizam embate sobre Dilma e Marta

Apoiado por Kassab, candidato do PSDB inverte seu discurso e promete que será o 'prefeito da mudança'

DE SÃO PAULO

Líder nas pesquisas, o candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (PRB) foi poupado ontem por seus dois principais concorrentes.

José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), tecnicamente empatados no segundo lugar, polarizaram debate promovido pela TV Cultura, pelo site YouTube e pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

No bloco inicial, os debatedores foram instados a falar sobre Russomanno. Serra e Haddad não responderam.

"Não me sinto à vontade para analisar a trajetória de um candidato com o qual estou disputando", disse Serra.

Haddad concordou com o tucano e não se manifestou sobre o candidato do PRB.

A ausência de ataques é baseada em entendimento de que eleitores repudiam o comportamento agressivo. Por isso as críticas a Russomanno são verbalizadas por aliados, sem vínculo com a imagem dos candidatos.

A primeira crítica à campanha de Russomanno só veio no terceiro bloco, quando Serra comentou possível atuação da Igreja Universal, que apoia o candidato do PRB, numa eventual gestão dele.

O tucano criticou a militância religiosa por trás das campanhas. Russomanno disse que seu partido é composto majoritariamente por católicos e que disputa a prefeitura, não um cargo religioso.

No final do encontro, Serra alfinetou o candidato do PRB, lembrando sua ligação com Paulo Maluf (PP-SP), que hoje apoia Haddad.

Serra e Haddad trocaram farpas também sobre a nomeação da senadora Marta Suplicy (PT) para o Ministério da Cultura após ela ingressar na campanha do PT.

Quem trouxe o tema à tona foi o próprio petista. Ao criticar Serra por ter deixado a prefeitura antes do fim do mandato, Haddad se enrolou ao citar Marta, que também se afastou do mandato para assumir o ministério.

Depois, tentou se corrigir: "Ela não renunciou, pode voltar ao Senado se seu suplente não seguir as orientações da base do governo", disse.

Depois, o petista questionou se Serra achava adequado ter dito que a presidente Dilma Rousseff não deveria "meter o bico em São Paulo".

"O que disse foi outra coisa: convidar a Marta [para o ministério] em troca de apoiar a sua candidatura é usar o governo como propriedade privada", respondeu o tucano.

Haddad reagiu dizendo que não caberia a Serra "questionar como a presidenta compõe a sua equipe". "Ela tem 80% de aprovação, enquanto você está defendendo um governo que tem 80% de reprovação", disse, em referência à gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

MUDANÇA

Em seguida, a reprovação a Kassab, de 48% dos eleitores paulistanos, voltou a ser citada por Haddad.

Na resposta, Serra inverteu o discurso adotado até agora e reconheceu que "o paulistano quer mudanças".

"O que eu me proponho é ser o prefeito da mudança", afirmou. Segundo pesquisa Datafolha, 85% dos eleitores querem ações diferentes do próximo prefeito.

Durante intervalo, Serra cobrou Haddad por o petista ter voltado a mencionar a quebra de sigilo médico de um caminhoneiro que queria ser operado de uma catarata.

Nas duas horas e meia de debate, o mensalão não foi mencionado. Participaram também Gabriel Chalita (PMDB), Soninha (PPS), Paulinho (PDT), Carlos Giannazi (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB).

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