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Eleições 2012

Para bispo do padre Marcelo, candidato do PRB é 'boa pessoa'

Chefe da Diocese de Santo Amaro, dom Fernando defende Russomanno, criticado pela arquidiocese nos últimos dias

Filha do ex-deputado, que vai nascer durante a campanha eleitoral, será batizada em missa do padre-cantor

DANIEL RONCAGLIA
DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO

Em meio à crise entre a Arquidiocese de São Paulo e Celso Russomanno, o bispo da Diocese de Santo Amaro, dom Fernando Antônio Figueiredo, defendeu ontem o candidato do PRB a prefeito como um "bom católico".

"Confio muito na sinceridade, honestidade e no modo de agir e pensar de Russomanno e de D'Urso. Serão totalmente independentes na questão religiosa", disse o bispo, também se referindo ao candidato a vice, Luiz Flávio Borges D'Urso (PTB).

"Eles são pessoas boas, conhecidas e de igreja."

Líder espiritual do padre-cantor Marcelo Rossi, o bispo afirmou conhecer Russomanno há pelo menos seis anos.

Dom Fernando lembrou que o casamento do candidato com a atual mulher, Lovani, foi celebrado por um padre da diocese que ele comanda -o próprio Marcelo Rossi. Russomanno era viúvo.

O padre Marcelo, nome mais conhecido da igreja no país, deve batizar a filha do candidato, Katherine, que nascerá durante a campanha.

Dom Fernando disse acreditar no argumento de Russomanno de que a Igreja Universal do Reino de Deus não manda no PRB porque a maioria do partido seria de católicos. O presidente da sigla é Marcos Pereira, bispo licenciado da Universal.

Além do candidato do PRB, o padre Marcelo já recebeu neste ano José Serra (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB). O sacerdote não compareceu à missa com Fernando Haddad (PT) porque, disse ele, estava com um dente quebrado.

Dom Fernando também recebeu os candidatos para encontros em que apresentaram suas propostas aos padres.

Ele não quis polemizar com o arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Scherer, que deflagrou a ofensiva contra o PRB. "Não quero me colocar contra o cardeal."

No domingo, dom Odilo orientou os padres de 300 paróquias a ler na missa um texto com críticas veladas à candidatura do PRB. O texto foi uma resposta a um artigo de Pereira, ligando a igreja ao chamado "kit gay", de cartilhas anti-homofobia.

Ontem, Russomanno decidiu não ir ao debate que a arquidiocese fará hoje com os principais candidatos, às 15h, no Tatuapé. "Estou sendo atacado", disse o candidato.

Nas 112 paróquias da Diocese de Santo Amaro, o texto de dom Odilo não foi apresentado pelos padres. Dom Fernando afirmou querer convidar o presidente do PRB, após a eleição, para "dialogar".

A diocese reúne os fiéis da maior parte da zona sul e não é subordinada à arquidiocese -responde diretamente ao Vaticano, como as de Campo Limpo e São Miguel Paulista.

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