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Eleições 2012

Ala do PT busca 'pontes' com Russomanno

Setores do partido temem que em caso de vitória, em outubro, candidato do PRB se alie ao tucano Geraldo Alckmin

Estratégia esbarra em Haddad, que defende atitude mais agressiva e ontem chamou adversário de 'farsa'

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Com a avaliação de que é considerável a chance de que Celso Russomano (PRB) vença a disputa pela Prefeitura de São Paulo, setores do PT já põem em prática a estratégia de restabelecer pontes com o candidato.

O plano tem o objetivo de evitar que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) patrocine Russomanno em troca de apoio à sua tentativa de reeleição, em 2014.

Petistas decidiram manter relações com o PRB ainda que o candidato petista, Fernando Haddad, seja seu adversário no 2º turno.

Para esses petistas, a prioridade é derrotar o tucano José Serra (PSDB) e evitar que Alckmin feche um acordo com o PRB com vistas a 2014.

"Nossa principal polarização é PT x PSDB. Nosso objetivo é levar Haddad para o segundo turno e tirar Serra. Conseguindo isso, o PT já é um vitorioso", disse o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP), verbalizando um discurso corrente no partido.

Presidente do PRB e coordenador da campanha de Russomanno, o bispo Marcos Pereira diz que já discutiu com o PT pacto de não agressão, a exemplo do que fez com Serra. Sem citar interlocutores, Pereira alega que a iniciativa só foi tomada há duas semanas.

Segundo ele, a proposta teve acolhida no PT. "Tanto, que até agora, eles não partiram para a baixaria."

A adesão do PRB a manifesto em defesa do ex-presidente Lula é, para petistas, um sinal de boa vontade.

Segundo petistas, o ministro Marcelo Crivella (Pesca) teria dito que Russomanno foi consultado sobre a nota. Crivella teria frisado que não existe acerto com Alckmin.

Por trás do discurso, há a constatação de que, sozinho, o PRB não tem condições de ocupar a máquina.

A estratégia esbarra na cúpula da campanha de Haddad, disposta a adotar tom mais agressivo na propaganda. Haddad descarta o apoio antecipado e ontem à noite disse que São Paulo precisa derrotar a "tragédia", em referência a Serra, e a "farsa", em referência a Russomanno.

Colaborou LUIZA BANDEIRA

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