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Eleições 2012

Na reta final, Russomanno e Haddad travam embate

Vice-líder na disputa, Serra é alvo por elo com Kassab e ataca gestão Marta

Adriano Vizoni/Folhapress
Os candidatos Fernando Haddad (PT) e Celso Russomanno (PRB) participam de debate da Gazeta
Os candidatos Fernando Haddad (PT) e Celso Russomanno (PRB) participam de debate da Gazeta

DE SÃO PAULO

A duas semanas da eleição e ameaçado de ficar fora do segundo turno, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, partiu para o confronto com o líder na disputa, Celso Russomanno (PRB), que revidou os ataques pela primeira vez.

Até o debate da noite de ontem, promovido pela TV Gazeta e pelo site Terra, os dois candidatos, de partidos aliados no plano federal, se poupavam de ataques.

O confronto evidencia estratégia adotada pela campanha petista na reta final para tentar recuperar votos em redutos tradicionais do partido que, segundo as pesquisas, migraram para o ex-apresentador de televisão. Ele tenta mostrar o adversário como alguém despreparado e sem propostas para a cidade.

Do outro lado, a mudança de tom também faz parte do roteiro traçado por Russomanno. Sua campanha tenta tirar o petista do segundo turno e, assim, garantir o apoio da presidente Dilma Rousseff em um eventual confronto contra José Serra (PSDB).

Já no primeiro bloco, Haddad disse que Russomanno não fez "o mínimo exigido para um candidato". "O mínimo para uma pessoa que diz defender o cidadão é apresentar um plano de governo."

Em seguida, Russomanno exibiu um livreto que disse ser seu programa e não foi até agora detalhado ao público. Ele foi advertido pela jornalista Maria Lydia de que não poderia exibir papéis.

No bloco seguinte, o petista direcionou sua pergunta ao candidato do PRB.

Ele questionou a proposta do rival de cobrar uma tarifa proporcional no transporte público. "Você está cobrando mais de quem mora longe. Você vai pegar dinheiro público pra subsidiar a tarifa de quem mora perto."

Russomanno adotou um tom agressivo contra o petista. "Você está totalmente enganado. Já falou que o Bilhete Único que defende vai aumentar o subsídio em R$ 450 milhões? Não sei de onde você vai tirar o dinheiro."

O petista continuou a questionar a proposta de Russomanno para a tarifa proporcional em outros momentos, mesmo quando este não era o tema da pergunta. "Cobrar por trecho vai penalizar o mais pobre", afirmou em resposta a Soninha (PPS).

'SERRA-KASSAB'

Isolado, Serra -segundo colocado na pesquisa- só entrou no embate no último bloco de perguntas. Em questão a Levy Fidelix (PRTB), disse que uma proposta de Russomanno para o transporte era "sem pé nem cabeça do ponto de vista financeiro" e que o rival voltou atrás em outra promessa de campanha.

Por outro lado, o tucano também foi atacado por sua ligação com a gestão do atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), que o sucedeu e o apoia na disputa.

Haddad também criticou a atual administração ao responder a Soninha sobre envolvimento do PT no escândalo do mensalão.

"Você fala como se não tivesse participado da gestão Serra-Kassab. Muitos secretários estão respondendo por improbidade. O caso Aref [ex-chefe de licenciamentos investigado por sua evolução patrimonial] é um escândalo de proporção incalculável."

Serra voltou a tratar a segunda gestão de Kassab como autônoma, lembrando que ele se reelegeu em 2008 contra Marta Suplicy.

Disse que o PT fez "loteamento das subprefeituras" e quebrou o caixa do governo.

Disse também que o PT deixou de lado investimentos no metrô quando esteve na prefeitura. "O PT detesta metrô."

Criticou ainda a nomeação de Marta para o Ministério da Cultura após a entrada dela na campanha de Haddad.

MENSALÃO

O petista foi questionado por Soninha sobre um documento de partidos da base aliada federal em desagravo ao ex-presidente Lula, em que as siglas acusam a oposição de golpismo por explorar o caso do mensalão.

Ele disse que as denúncias contra Lula são infundadas. "O procedimento [da oposição] é irresponsável."

Também participaram Gabriel Chalita (PMDB), Giannazi (PSOL) e Paulinho (PDT).

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