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Análise

Lulismo continua ausente em capitais, e Dilma sofre revés em Belo Horizonte

É COMUM AGORA OUVIR QUE OS PETISTAS SABIAM DA INFLUÊNCIA LIMITADA DE LULA; MAS ATÉ JUNHO ELES ESPERAVAM MUITOS VOTOS

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

A força do lulismo ainda não funcionou até agora nas capitais pesquisadas pelo Datafolha. A influência do ex-presidente Lula foi até agora insuficiente para que os candidatos do PT decolem.

Em Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, os petistas não empolgam o eleitorado. Usam a imagem de Lula e também da presidente Dilma Rousseff, mas o efeito é mínimo ou nenhum.

Em São Paulo, o petista Fernando Haddad foi escolhido diretamente por Lula. Está com 18%. Nunca um petista teve uma intenção de voto tão baixa em disputas paulistanas nos últimos 20 anos nesta época da campanha. Nada impede a recuperação ou até a vitória do candidato lulista, mas será uma disparada inédita na história eleitoral da cidade.

Não é à toa que Lula já desistiu de viajar a outras cidades nesta reta final. Ficará em São Paulo para tentar levantar a candidatura de Haddad. É como se o PT desse por perdidas as situações em algumas capitais importantes.

Em cidades como Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Teresina, os petistas podem ficar fora do segundo turno. Em alguns casos, a disputa estará encerrada já em 7 de outubro, com algum opositor do PT obtendo mais da metade dos votos válidos.

O caso mais significativo de fracasso do PT e de Lula é Recife. O senador petista Humberto Costa foi escolhido pelo establishment partidário para disputar a prefeitura da capital de Pernambuco. Saiu na frente. Tinha 35% em 20 de julho. Perdeu mais da metade de seu patrimônio eleitoral, está com 17% agora e deslizou para o terceiro lugar. Não iria ao segundo turno se a eleição fosse hoje.

Recife é um exemplo relevante porque Lula e Dilma tiveram votações expressivas no Nordeste quando ganharam o Planalto. Mas os eleitores locais preferiram seguir a orientação do governador pernambucano, Eduardo Campos, do PSB, que está rompido com o PT no Estado.

É comum agora ouvir da cúpula do PT que os dirigentes do partido sabiam da influência limitada de políticos nacionais nas disputas locais. Mas essa avaliação é recente. Até junho a expectativa era que Lula pudesse comandar uma avalanche de votos para petistas no Nordeste.

Já Dilma sofre seu revés pessoal em Belo Horizonte. Ela foi fiadora da escolha de Patrus Ananias, mas o petista corre o risco de perder já no primeiro turno para Márcio Lacerda, do PSB, apoiado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), possível adversário da presidente na corrida pelo Planalto em 2014.

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