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Lula recomenda que Serra 'se aposente'

Ex-presidente disse que o tucano deve estar desesperado porque não tem mais idade para disputar a Presidência

No comício de Haddad, petista afirmou que o candidato do PSDB usa São Paulo como um 'cabide de emprego'

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou ontem que o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, 70, se aposente da vida pública. No palanque do petista Fernando Haddad, Lula disse que o tucano "deve estar desesperado porque não tem mais idade para disputar a Presidência".

"Agora volta para São Paulo como se São Paulo fosse um cabide de emprego. Ai, meu Deus, requere a aposentadoria que é melhor" ironizou o ex-presidente.

Sem citar o nome de Serra, ele afirmou que um dos adversários de Haddad elegeu-se prefeito e "se mandou".

"Depois, ficou três anos no governo e se mandou para disputar a Presidência. Tomou uma chulada [uma surra]", discursou.

Contra o líder da disputa pela prefeitura, Celso Russomamno (PRB), Lula insistiu na ideia de que administrar São Paulo exige experiência.

"Não é coisa para amador", endossou a ministra da Cultura, Marta Suplicy, recém-nomeada depois de se engajar na campanha de Haddad.

Marta e Lula participaram de dois comícios na zona leste, onde o PT sua para recuperar os eleitores hoje simpáticos a Russomanno.

Para reconquistar os redutos petistas, Lula frisou que é o PT que se dedica aos pobres, bandeira empunhada por Russomanno. "Rico não precisa de prefeito, de presidente, de governador. O pobre precisa", disse.

Segundo petistas, Lula repete que Russomanno é o candidato cuja imagem mais se assemelha à sua: de combate às elites. Por isso, martela que ele e Marta são perseguidos pela elite.

Também sem fazer menção ao julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, Lula afirmou que "a elite tentou dar um golpe em 2005", quando estourou o escândalo.

Segundo o ex-presidente, foi "por se meter a fazer coisas para os pobres" que Marta não conseguiu se reeleger prefeita em 2004.

Num ataque a Russomanno, Haddad repetiu nos dois discursos que a proposta do candidato do PRB pode levar o desemprego para a periferia.

Segundo ele, com a hipotese de pagar um vale-transporte maior conforme a distância, as empresas vão priorizar os moradores dos bairros centrais na hora de contratar. "Aí desemprega as pessoas de Cidades Tiradentes para empregar o trabalhador que mora mais perto. Isso é justo?", perguntou.

No comício, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, associou a eleição com o processo do mensalão. Dizendo que a "história do governo Lula" está em jogo na disputa, disse que a militância deve seguir de "cabeça erguida".

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