Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mensalão - o julgamento

Condenado, ex-diretor do BB está na Europa

Defesa diz que Henrique Pizzolato viajou para resolver 'problemas familiares' e que volta para o Brasil nesta semana

Advogado nega que seu cliente vá fugir do país; ele foi condenado por facilitar repasse de recursos para Valério

MATHEUS LEITÃO
DE BRASÍLIA

Condenado no julgamento do mensalão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos por servidor), o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato está desde o fim de julho na Europa.

Segundo o advogado Marthius Sávio Lobato, o réu viajou antes de o julgamento começar, em agosto, para tratar de "problemas familiares".

"Pizzolato não queria divulgar a informação porque ele foi acompanhar problemas graves e não quer expor mais a sua família por conta do processo", informou ele à Folha.

O advogado diz que Pizzolato estará no Brasil até o final desta semana e nega que o réu no STF (Supremo Tribunal Federal) pretenda fugir do país. "Não há nenhuma ilegalidade nele viajar."

Julgado no primeiro bloco de crimes sob análise no Supremo, no final de agosto, Pizzolato foi condenado por unanimidade pela corte, que à época ainda contava com 11 ministros.

Na semana seguinte, ocorreu a aposentadoria do ministro Cezar Peluso.

Por deixar os trabalhos no meio do julgamento, Peluso adiantou a pena a ser aplicada ao ex-diretor de marketing: 12 anos de prisão.

O cálculo da pena ainda será discutido pelos outros ministros do STF ao final da análise da ação.

OS CRIMES

Pizzolato foi apontado pela Procuradoria-Geral da República como peça fundamental para o abastecimento do esquema do mensalão.

A acusação alegou que ele assinou três de quatro "antecipações delituosas" que totalizam R$ 73,8 milhões de repasses do fundo Visanet (do qual o Banco do Brasil tem participação) para a DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do esquema.

A Procuradoria diz que o dinheiro do Visanet foi a principal fonte do valerioduto.

Em troca das liberações de dinheiro, argumenta a acusação, Pizzolato recebeu um pacote com R$ 326 mil sacados das contas de Valério.

Desde 2005, o ex-diretor do BB alega que estava só fazendo "um favor" ao empresário, e que não sabia que o envelope continha dinheiro -apenas "documentos", diz.

Pizzolato afirma que entregou o envelope, ainda lacrado, a uma pessoa do PT cujo nome nunca revelou.

Os argumentos da defesa foram qualificados de "inverossímeis" pela acusação. O revisor Ricardo Lewandowski disse que a versão "não condiz com as provas dos autos".

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.