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NELSON DE SÁ - nelson.sa@grupofolha.com.br

Zigue-zague

Sem a segurança das pesquisas, propaganda e prognósticos chegam perdidos à semana final

O zigue-zague das pesquisas em São Paulo e no resto do país, nas duas últimas semanas, confundiu campanhas e seus observadores.

Ontem o blog de José Dirceu, esforçando-se para não dar atenção ao julgamento do mensalão, destacava que Fernando Haddad "empatou ou já ultrapassou" José Serra. O petista poderia estar em segundo, em terceiro, quem sabe até domingo aparece em primeiro.

Por via das dúvidas, o líder Celso Russomanno, antes assegurado no segundo turno, surgiu no horário eleitoral se defendendo da "política velha" dos adversários, que passaram a atacá-lo -e alcançaram algum êxito, como costuma acontecer com propaganda negativa.

Serra tirou às pressas, via Twitter, mas com vistas a exposição maior, o apoio do telepastor Silas Malafaia. E Haddad arrancou a presidente Dilma Rousseff de Brasília, para um comício anunciado pela manhã em seu programa de rádio e transmitido ao vivo depois pela internet, a tempo também de entrar nos telejornais da noite.

Não são diferentes a confusão e a sofreguidão das campanhas em outras capitais pelo país.

De um lado, Dirceu e outros brandem percentuais para anunciar uma onda vermelha, com a ascensão de petistas em Salvador e Fortaleza, de uma comunista em Manaus, de um trabalhista em Porto Alegre. Até socialistas antes demonizados entram agora na conta vermelha.

Do outro lado, prenuncia-se o fracasso lulista, com o ex-presidente acuado em São Paulo, restrito à campanha local e sufocado pelo julgamento do mensalão.

O zigue-zague, com novos solavancos aguardados para hoje e amanhã, não permite avaliar com segurança o efeito da propaganda, um ponto de referência da democracia brasileira desde 1989.

Também os telejornais, uma segunda referência, se veem agora limitados a um terço de suas audiências de duas décadas atrás. O "Jornal Nacional" chega a perder do próprio horário gratuito.

Até o julgamento do mensalão, em sua semana de maior repercussão eleitoral, enfrenta hoje a sombra do ressurgimento do PCC.

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