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Vera Magalhães

O 'caladão' dos debates em SP

Com o confronto entre candidatos interditado na reta final, eleitor paulistano vai às urnas indeciso

"E AÍ, hein? O que vai dar na eleição de São Paulo?" Essa pergunta, com poucas variações, é ouvida por jornalistas que acompanham a sucessão na capital paulista sempre que conversam com políticos de outros Estados ou com pessoas que não são do meio político ou jornalístico.

O quadro atual, em que o líder isolado há uma semana, Celso Russomanno (PRB), passou a ser alvo dos adversários e a cair nas pesquisas, ao mesmo tempo em que José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) travam uma disputa cheia de ataques por uma vaga no segundo turno, faz do prognóstico sobre São Paulo o mais arriscado do país.

Justamente por isso os debates da reta final seriam fundamentais para confrontar os discursos de desconstrução de Russomanno e a defesa indignada do candidato -que ontem deu um "basta!", com tapa na mesa e tudo, em um comercial.

Mas não haverá debates em São Paulo antes do primeiro turno. Três confrontos foram desmarcados: o da Folha/UOL, que seria inédito por opor apenas os três líderes nas pesquisas, o da Rede Record e o da Globo, líder em audiência, que exibe amanhã confrontos em todo o país.

Somado ao quadro ainda indefinido das pesquisas, o "caladão" de debates contribui para que o futuro da maior cidade do país seja definido pelos axiomas do marketing político -alguns dos quais foram desmistificados na atual campanha.

No início, se dizia que quem não tem tempo de TV não se estabelece. O "case" Russomanno enterrou a máxima. Depois, a ordem nos QGs tucano e petista era não atacar o candidato do PRB. Mas ele cresceu tanto que a ordem mudou.

Mesmo nos debates antes da interdição, os candidatos se limitaram a seguir um script prévio. O que se viu foi um Russomanno plácido, quase em "slow motion", um Haddad com fala decorada e citando "Dilma e Lula" a cada frase, e um Serra que fugiu do embate direto com os principais candidatos.

Assim, o eleitor paulistano vai à urna confuso e submetido a discussão de ideias de menos e propaganda demais. Resultado: aumenta o número de indecisos na reta final, tendência contrária à curva normal.

E aí? O que vai dar em São Paulo?

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