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Mensalão atrapalhou Haddad, diz socióloga

Para Maria Victoria Benevides, STF tem cometido 'flagrantes injustiças'

Professora da USP afirma que julgamento explica 'por que Haddad não deslanchou mais rápido' em SP

BERNARDO MELLO FRANCO
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO

Em ato de artistas e intelectuais em apoio a Fernando Haddad, a socióloga Maria Victoria Benevides criticou ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que o julgamento do mensalão atrapalhou o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.

Ela acusou a corte de fazer "flagrantes injustiças" contra os réus e afirmou que os intelectuais ligados ao PT estão "abalados" com as condenações dos últimos dias.

"Esperaram sete anos para fazer o julgamento na véspera da eleição. Isso explica por que o Haddad não deslanchou mais rápido", disse a professora da USP (Universidade de São Paulo).

"Estamos abalados. Eu estou abalada porque acho que há uma dose de manipulação e de injustiça flagrante. Considero que é um julgamento político, não um julgamento jurídico."

O ex-ministro da Justica Marcio Thomaz Bastos disse que o julgamento influenciará a eleição, mas manifestou confiança em Haddad.

"Imagino que possa influir um pouco, mas a campanha vai muito bem." Ele defende um ex-dirigente do Rural no processo do mensalão.

A ex-prefeita e ministra da Cultura, Marta Suplicy, instou os artistas a fazer campanha e pedir votos a conhecidos nessa reta final.

Após chamar o candidato de "galã", "homem lindo" e "gostoso", o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa pediu que eleitores de outros candidatos aliados ao governo federal, como Gabriel Chalita (PMDB), façam voto útil para levar Haddad ao segundo turno. "Ele não pode dizer isso, mas eu posso", afirmou.

O filosofo Vladimir Safatle, que é colunista da Folha, atacou propostas de José Serra (PSDB) para a cultura.

"Essa concepção de cultura digna de uma Disneylândia de província devia causar vergonha", disse ele, que ajudou a formular o programa de Haddad para a área.

Também participaram do ato o economista Paul Singer, o cientista político e colunista do caderno Eleições 2012 da Folha André Singer e o ator Sérgio Mamberti.

O professor de literatura Antonio Candido mandou carta de apoio.

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