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Análise / Datafolha

São Paulo vai às urnas sem um prognóstico

Desidratação abrupta do líder e crescimento das outras candidaturas tornam improvável apontar nomes do 2º turno

MAURO PAULINO
DIRETOR DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

Como o Datafolha já havia adiantado na semana passada, a queda de Celso Russomanno (PRB) tende a embolar a disputa por um lugar no segundo turno da eleição pela Prefeitura de São Paulo.

A quatro dias do pleito, o cenário está cada vez mais equilibrado. Com a desidratação abrupta do líder, inédita em intensidade na história eleitoral do município, e o crescimento contínuo e lento das outras candidaturas, fica difícil antecipar os nomes dos finalistas na véspera do primeiro turno.

Como Russomanno cobria diferentes setores do eleitorado, de conservadores a liberais, os pontos perdidos se pulverizam entre os outros nomes e deixa o quadro ainda mais indefinido.

E leva vantagem quem mais bate no candidato do PRB. Se na semana passada, Fernando Haddad (PT) foi o grande beneficiado. Agora, quem mais cresce é Gabriel Chalita (PMDB).

E Chalita, apesar de conseguir a proeza posicionando-se como o anti-Russomanno, utiliza o discurso que melhor representa a candidatura do PRB e que configura até aqui o mantra desta eleição na capital -um nome capaz de combinar forças tradicionais ao desejo de mudança, na luta contra "uma aventura" da Igreja Universal.

A estratégia gerou aderência e permite que até o peemedebista sonhe com o segundo turno, mas o mais provável é que reforce a participação como fiel da balança.

Uma espiada nas respostas espontâneas, fornecidas logo no início do questionário, intensifica o drama dos que se obrigam a prever resultados.

Nessa situação, fora o fato de 37% do eleitorado ainda não declarar um nome, algo raro aconteceu: uma queda de seis pontos percentuais em quinze dias no apoio a Russomanno na variável que melhor ilustra a cristalização do voto. As respostas espontâneas refletem uma decisão que independe de estímulos para se revelar.

Em terreno assim tão movediço, qualquer detalhe pode fazer a diferença. Fatores de influência que em condições normais têm baixo potencial podem ser decisivos.

Serra e Haddad levam vantagem no grau de decisão de seus eleitores. Por outro lado, o tucano ainda vive com a sombra de Kassab, e o petista perde pelo menos quatro pontos por causa do mensalão. A favor de Chalita, até religião pode entrar na equação. Por essas e outras, um debate decisivo fará falta.

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1992
foi o ano da última eleição municipal pré-urna eletrônica nas capitais; a apuração levou mais de quatro dias em algumas delas

É TECNOLOGIA
Em 1996, as capitais e as cidades com mais de 200 mil eleitores tiveram eleição informatizada; a primeira votação 100% digital no país ocorreu em 2000

APERTEM OS CINTOS
Até terça-feira, nenhum eleitor pode ser preso no Brasil sem flagrante, sentença por crime inafiançável ou desrespeito a salvo conduto

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