Darci Deyse Silva 37, porteira

A porteira Darci Deyse Silva, 37, passou a semana passada indecisa entre Fernando Haddad e Celso Russomanno. Na sexta-feira ela afirmou que, provavelmente, vai anular o voto.

Moradora no Jardim Antártica, bairro pobre na zona norte da cidade de São Paulo, ela se diz "desanimada" com os políticos.

"Sempre votei no PT e até pensei [em votar] no Haddad. mas, depois de tudo o que a gente está vendo desse mensalão, desisti. O Russomanno parece bacana, mas é pau-mandado dos evangélicos, e eu sou católica."

Já Serra ela nem cogitou. "Ele e o Alckmin só pensam em construir cadeia. E, além disso, o Serra tem apoio do Kassab, o pior prefeito que já vi", afirma.

Ela diz que as amigas vão votar em Chalita e tentaram que ela fizesse o mesmo. "Mas aquela carinha não me convenceu."

Com um salário de R$ 1.000, ela sustenta sozinha três filhos de dois, sete e 16 anos. Há dois anos, tenta, sem sucesso, uma vaga na creche para o caçula.

"Desde que ele nasceu estou na fila de espera e até agora nada." Também reclama da falta de assistência à saúde na região. "O posto mais perto fica no Jardim Peri. Está sempre lotado. A gente nunca consegue vaga."

Ela conta que no mês passado teve uma crise de hipertensão, passou com o clínico-geral mas só conseguiu vaga com cardiologista para dezembro. "Até lá, se eu tiver que morrer, já morri."