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Análise

Revés transforma 2º turno em teste vital para Alckmin

Governador tucano terá de mergulhar na campanha para deter rivais em 2014

FÁBIO ZAMBELI
DO PAINEL

Pressionado pela tímida performance de aliados em redutos de influência tucana, Geraldo Alckmin viu aumentar o peso do segundo turno para seu projeto de reeleição, o que o obrigará a abandonar a discrição e mergulhar na campanha até o dia 28.

Balanço fechado ontem no Palácio dos Bandeirantes trazia mais notícias negativas que positivas para o governador: o PSDB paulista, que controla hoje 200 prefeituras, elegeu 173 candidatos a prefeito no primeiro turno.

Já PMDB e PT, potenciais rivais daqui a dois anos e que controlavam 135 municípios, saltaram, juntos, para 152.

Não bastasse, tucanos obtiveram votações inferiores a opositores em três cidadelas do partido -São José dos Campos, Sorocaba e Jundiaí.

Além dos números absolutos que emergiram no primeiro turno, Alckmin sabe que só o triunfo de José Serra na capital manterá no horizonte a perspectiva de reedição da aliança com o PSD de Gilberto Kassab -o prefeito paulistano prepara embarque definitivo na coalizão de Dilma Rousseff no próximo ano.

Neste cenário, o desempenho de seus correligionários em praças como Guarulhos, Campinas, Osasco e Ribeirão Preto também passou a ser determinante no xadrez da sucessão estadual.

No cálculo que leva em conta a densidade do voto, alckmistas também acenderam o sinal de alerta. Se considerados os cem maiores eleitorados de SP, o PSDB elegeu 29 prefeitos, contra 31 do consórcio PT-PMDB.

Outro item que preocupa o QG do governador é o crescimento das siglas de oposição nas Câmaras municipais. Na disputa de vagas para vereadores, o PSDB amealhou 1,2 milhão de votos, contra 1,6 milhão de petistas e peemedebistas somados.

Mesmo ante o cenário sombrio, o núcleo político do governo, debruçado ontem sobre o mapa das votações, celebrava recorte específico da apuração: o êxito do PSDB no embate direto com o PT.

Tucanos saíram vitoriosos em 104 das 161 cidades onde houve enfrentamento. Os mais expressivos resultados foram os de São Carlos, Sumaré, Registro e Suzano.

Noves fora o recado das urnas, Alckmin repetiu a interlocutores que pisará no acelerador em obras já este ano.

Tudo para não chegar a 2014 dependendo exclusivamente de sua boa avaliação pessoal na tentativa de deter o plano de tomada do poder paulista desenhado por Lula e avalizado por Michel Temer.

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