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Mensalão - o julgamento

Dirceu diz ter sido 'linchado' e vítima de prejulgamento

José Genoino se afirma 'revoltado' e promete lutar contra condenação no Supremo

Ex-ministro critica FHC; segundo Dirceu, tucano 'não diz palavra' sobre 'a compra de votos para a reeleição'

DE SÃO PAULO

O ex-ministro José Dirceu afirmou ontem, em nota, ter sido "linchado", dizendo-se vítima de ação orquestrada pela oposição e de um juízo de "exceção".

"Fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha. Fui prejulgado e linchado", disse o ex-chefe da Casa Civil.

O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, que, a exemplo de Dirceu, foi condenado ontem por corrupção ativa, se disse "revoltado" e promete lutar.

"Como inocente, estou revoltado e vivendo a sensação noturna e escura de ser condenado injustamente. A coragem é que me dá sentido na luta pela liberdade", disse o ex-presidente do PT.

Na nota, escrita horas antes de ser condenado, Dirceu descreveu sua trajetória para declarar-se numa guerra política. A amigos o ex-ministro da Casa Civil repetiu: "Não caio deitado. Não me curvo".

Dirceu acusa o Supremo Tribunal Federal de agir sob "forte pressão da imprensa".

O ex-ministro, que falará hoje ao comando do PT, criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso horas antes, em seu blog.

COBRANÇA

Ao comentar artigo de FHC, cobrou explicações sobre a compra de votos para a aprovar a reeleição. "Sobre o fato de a compra de votos para a reeleição (mudança da qual ele foi o primeiro beneficiário) não ter sido apurada [...] ele não diz uma palavra."

Para a defesa de Dirceu, o Supremo fez "uma análise equivocada" das provas.

"No olhar da defesa, as provas levavam a outro desfecho, à absolvição e ao reconhecimento da inocência de José Dirceu", disse o advogado José Luis de Oliveira Lima.

Ele afirmou que vai esperar os dois votos restantes de ministros para saber que atitude tomar e, eventualmente, enviar representações a cortes internacionais.

O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende Genoino, afirmou que, "ante a perplexidade diante da condenação injusta, hoje [ontem] a defesa fala através do silêncio".

(CATIA SEABRA)

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