Relator indica que deve condenar outros dois petistas

O relator do mensalão, Joaquim Barbosa, indicou ontem que votará pela condenação de mais dois petistas, os ex-deputados João Magno (MG) e Paulo Rocha (PA).

O ministro iniciou ontem o antepenúltimo capítulo da denúncia proposta pela Procuradoria-Geral da República contra os 37 réus.

Este item trata de ex-parlamentares do PT e do ex-ministro Anderson Adauto, acusados de ter recebido, de forma oculta, dinheiro ilícito que era distribuído pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

Segundo Barbosa, os petistas utilizaram intermediários para que não ficasse configurado o recebimento de dinheiro proveniente de Valério, indicando que sabiam da origem ilícita dos recursos.

Segundo a denúncia, Rocha e Magno receberam do esquema R$ 820 mil R$ 360 mil, respectivamente. Ambos alegaram que o dinheiro era referente aos pagamentos de dívidas de campanha.

Ao contrário do que alegou Rocha em suas alegações finais, não se trata de simples transferência do diretório nacional do PT para o diretório regional do PT no Pará para o pagamento de dívidas, argumentou Barbosa ontem.

Rocha se valeu de mecanismo de lavagem de dinheiro do Banco Rural, como de terceiras pessoas.

Segundo o ministro, a posição de Paulo Rocha na época dos fatos reforça ainda mais a conclusão de que ele tinha conhecimento da origem ilícita do dinheiro.

O relator, porém, votou pela absolvição de Anita Leocádia, uma das pessoas que receberam os recursos destinados a Rocha, argumentando que ela era uma mera funcionária e, assim como outros intermediários que sequer foram denunciados pelo Ministério Público, não poderia ser condenada por falta de prova.

Já em relação a Magno, Barbosa afirmou que foram utilizadas duas pessoas para ocultar o recebimento de R$ 360 mil. Todos esses fatos são admitidos por João Magno em depoimento prestado à polícia federal, o qual foi confirmado em juízo, disse.

Hoje, o relator do mensalão continuará a ler seu voto e analisará as acusações.